O tofacitinibe, administrado por via oral e vendido sob a marca Xeljanz, foi testado num estudo com 289 pacientes hospitalizados com COVID-19 grave em 15 locais no Brasil.
Metade recebeu o fármaco - 10 mg duas vezes ao dia - e cuidados padrão como glicocorticoides que reprimem uma resposta imunológica hiperativa, enquanto a outra metade recebeu um placebo e cuidados padrão.
Após 28 dias, 18,1% do grupo que recebeu o tofacitinibe progrediu para insuficiência respiratória ou morte, em comparação aos 29% no grupo do placebo. Isso representou uma redução de risco relativo estatisticamente significativa de 63%.
Fala-se em insuficiência respiratória quando um paciente necessita de ventilação não invasiva por meio de uma máscara de oxigénio ou de ser intubado e colocado num ventilador mecânico.
Mortes após 28 dias ocorreram em 2,8% dos pacientes no grupo do tofacitinibe e em 5,5% daqueles no grupo de placebo. Registaram-se feitos secundários graves em 14,1% no grupo de tofacitinibe e em 12% no grupo de placebo.
"Estamos encorajados com as descobertas iniciais do nosso estudo randomizado de tofacitinibe em pacientes hospitalizados com pneumonia associada à COVID-19", afirmou Otavio Berwanger, do Hospital Israelita Albert Einstein, que coordenou o estudo em colaboração com a Pfizer.
"Esses resultados fornecem novas informações que indicam que o uso de tofacitinibe quando adicionado ao tratamento padrão, que inclui glicocorticoides, pode reduzir ainda mais o risco de morte ou insuficiência respiratória nesta população de pacientes".
O tofacitinibe pertence a uma classe de medicamentos chamados inibidores da janus quinase (JAK). É aprovado nos Estados Unidos para tratar doenças como a artrite reumatoide, artrite psoriásica e colite ulcerativa.
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