O total de 1.277.478 de pessoas vacinadas nas províncias de Zambézia, Manica e Sofala, as mais afetadas pela doença, corresponde a 100% da meta prevista, segundo o Ministério da Saúde.
A campanha de vacinação contra a cólera arrancou a 29 de março e terminou na segunda-feira, com uma meta prevista de 1.277.539 pessoas a vacinar.
Um total de 111 pessoas morreram e outras 16.374 foram internadas devido à cólera desde setembro de 2022 em Moçambique, segundo os mais recentes dados do Misau.
Moçambique registou, desde setembro, um cumulativo de 24.516 casos da doença, 441 dos quais registados nas últimas 24 horas, refere a atualização da Direção Nacional de Saúde Pública.
As províncias de Niassa, Tete, Sofala e Zambézia estão entre as mais afetadas pela doença, cuja taxa de letalidade está nos 0.4%, segundo os dados da Saúde.
Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC) da União Africana (UA) apelaram hoje ao “apoio” da comunidade internacional para combater os surtos de cólera em Moçambique e no Malaui, recentemente agravados pelos impactos do ciclone tropical Freddy.
“As infraestruturas sanitárias e sociais de Moçambique e do Malauí foram danificadas. Apelamos a todos aqueles que têm a capacidade de ajudar a cooperar com estes países para restabelecer a normalidade”, disse o diretor em exercício do Africa CDC, Ahmed Ogwell, numa conferência de imprensa online.
“As respostas [nestas duas nações africanas] exigem uma abordagem humanitária”, acrescentou Ogwell, que salientou a necessidade de assegurar o fornecimento de água potável, a eliminação adequada de resíduos humanos e comunicações inter-regionais, entre outras medidas urgentes.
A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida – sendo causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.
Moçambique, considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, está em plena época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre os meses de outubro e abril, com ventos oriundos do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
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