A Moderna informou que os resultados completos confirmaram uma eficácia elevada da vacina, estimada em 94,1%.

A empresa estava, portanto, a preparar-se para se juntar à americana Pfizer e ao seu parceiro alemão, BioNTech, que na semana passada solicitaram uma aprovação semelhante para a sua vacina e prevê a luz verde nos Estados Unidos a partir de 10 de dezembro.

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Se a FDA, agência de controlo de alimentos e medicamentos dos EUA, confirmar que o produto da Moderna é seguro e eficaz, a primeira das duas doses da vacina poderia ser administrada a milhões de americanos em meados de dezembro. "Acreditamos que a nossa vacina proporcionará uma nova e poderosa ferramenta que pode mudar o curso desta pandemia", afirmou o CEO da Moderna, Stephane Bancel.

O secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar, também está otimista e disse à CBS News que as vacinas Pfizer e Moderna poderiam chegar à parte da população "antes do Natal".

O produto da Moderna está a ser estudado num ensaio clínico com mais de 30 mil participantes nos Estados Unidos.

A aceitação de uma vacina diminuiu significativamente na maioria dos países entre julho e outubro

A expectativa da empresa é ter cerca de 20 milhões de doses da vacina, chamada de mRNA-1273, disponíveis nos EUA até ao final do ano. E em 2021, espera fabricar entre 500 milhões e mil milhões de doses.

Mas, para ter sucesso, as vacinas terão que superar a desinformação e a desconfiança, alertou o presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Francesco Rocca, na segunda-feira. "De acordo com um estudo recente da Universidade Johns Hopkins em 67 países, a aceitação de uma vacina diminuiu significativamente na maioria dos países entre julho e outubro", admitiu Rocca.

Motivos de preocupação

A esperança suscitada pelas vacinas contrasta com a preocupação causada pela expansão de uma pandemia que, segundo o último balanço da AFP, fez mais de 1,46 milhões de mortes e cerca de 62,8 milhões de infeções em todo o mundo.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou ontem para a rápida disseminação da COVID-19 no Brasil e no México. "Acho que o Brasil deveria levar isso muito, muito a sério. É muito, muito preocupante", advertiu Tedros Adhanom Ghebreyesus perante a evolução dos casos num país cujo presidente, Jair Bolsonaro, nega a gravidade da doença.

O Brasil é o segundo país com mais mortes pela pandemia, mais de 170 mil, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Diante do retorno do aumento de casos e mortes no estado de São Paulo, o governador João Doria anunciou na segunda-feira a retomada das medidas para evitar aglomerações.

Quanto ao México, Ghebreyesus destacou que o país está "numa situação má", com um aumento acentuado de mortes e casos. O coronavírus já fez 105.655 mortos e infetou mais de 1,1 milhões de pessoas entre os 126 milhões de habitantes.

Por outro lado, o chefe da OMS prometeu que fará o que for possível para esclarecer a origem do coronavírus, rejeitando as acusações de que a agência da ONU é muito complacente com a China, onde o vírus foi detetado pela primeira vez no fim de 2019.

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A advertência de Fauci

Nos Estados Unidos, o país mais afetado pela pandemia, com mais de 267 mil mortes pela COVID-19, o imunologista Anthony Fauci, assessor da Casa Branca na pandemia, expressou a sua preocupação depois de milhões de pessoas se deslocaram pelo país no Dia de Ação de Graças.

"É possível que vejamos um novo aumento (de contágios)" em duas ou três semanas, Fauci disse à CNN. "Não queremos assustar as pessoas, mas essa é a realidade".

A situação no estado de Nova Iorque, que foi um dos epicentros da pandemia no país, continua precária. O governador Andrew Cuomo expressou preocupação com a sobrecarga do sistema hospitalar e alertou para a eventual necessidade de um novo confinamento.

Mais de 93 mil pessoas estão hospitalizadas nos EUA por causa do coronavírus, de acordo com a plataforma Covid Tracking Project, que reúne dados públicos.

Na América Latina e no Caribe, região onde o vírus se tornou mais mortal talvez por causa das piores condições de vida e de estrutura em assistência em saúde, já ocorreram 12.968.821 infeções e mais de 446.732 mortes.

A Europa, por sua vez, continua a lutar para reduzir o número diário de mortes e contágios com uma variedade de fórmulas depois de as mortes atingirem as 400 mil este fim de semana.