Um dos rostos da luta pelo acesso à medicação para a hepatite C, José Carlos Saldanha, morreu hoje vítima de uma infeção generalizada que nada teve a ver com a hepatite, doença do qual estava curado há quase cinco anos.
A notícia foi confirmada à agência Lusa por fonte oficial do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, que adiantou que a morte se deveu a uma septicemia, que não está ligada à hepatite C, da qual José Carlos Saldanha já se tinha curado.
Além de ser um dos rostos da luta pelo acesso a medicação inovadora contra a hepatite C, José Carlos Saldanha esteve entre os primeiros doentes a receber o tratamento no hospital Santa Maria (Centro Hospitalar Lisboa Norte).
José Carlos Saldanha ficou conhecido publicamente quando, em 2015, interrompeu uma sessão na comissão parlamentar de Saúde a exigir ao então ministro Paulo Macedo acesso ao tratamento inovador para a hepatite C. "Não me deixe morrer, eu quero viver", disse na altura.
Depois de no dia 4 de fevereiro de 2015 ter questionado diretamente o ministro durante a sessão no parlamento, José Carlos Saldanha recebeu a notícia de que iria começar tratamento.
O laboratório que comercializa o fármaco encontrava-se ainda a finalizar negociações com o Governo para obter acordo sobre o preço do medicamento.
Dois dias depois da intervenção de José Carlos Saldanha, o então ministro da Saúde anunciou que o Estado alcançou um acordo para fornecimento de dois medicamentos inovadores para a hepatite C, que prevê o pagamento por cada doente tratado.
Notícia atualizada às 13h30
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