Através de uma nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado "lamenta profundamente a morte da professora Maria de Sousa", que recorda como "uma mulher inconformada e persistente, procurando sempre transmitir um sentido de exigência a todos", referindo que teve "o privilégio de com ela privar".
"Deixa um legado incontornável na ciência e um exemplo maior de rigor, de exigência e de compromisso cívico e cultural, os quais o Presidente da República, que ainda recentemente teve a oportunidade de a visitar, gostaria de enaltecer e agradecer em nome de Portugal", afirma Marcelo Rebelo de Sousa, apresentando "sinceras condolências" à sua família.
A imunologista Maria de Sousa, nascida em 1939, morreu hoje de madrugada vítima de COVID-19, no Hospital de São José, em Lisboa, onde estava internada.
Na nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa considera-a uma "figura ímpar da ciência portuguesa e investigadora de prestígio internacional na imunologia", com uma "notável carreira académica e científica, desenvolvida primeiro no Reino Unido e nos Estados Unidos da América e depois em Portugal".
"Maria de Sousa foi também um exemplo de cidadania. Na ciência, foi fundamental no desenvolvimento de várias instituições de referência em Portugal, bem como em todos os passos importantes na consolidação do sistema científico português ao longo das últimas três décadas. Nesse papel, soube sempre combinar, de modo inigualável, uma grande exigência científica com um elevado sentido crítico", acrescenta.
O chefe de Estado assinala que "a sua carreira brilhante obteve múltiplos reconhecimentos, de instituições nacionais e estrangeiras, tendo sido condecorada por três chefes de Estado, nomeadamente, em 2016, pelo atual Presidente da República, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de San'tiago de Espada, insígnia destinada a distinguir o mérito literário, científico e artístico".
Marcelo Rebelo de Sousa elogia ainda a "visão ampla do mundo" de Maria de Sousa, "que não se confinava à academia, mas que abraçava com entusiasmo a relação entre conhecimento e sociedade, ciência e arte".
O novo coronavírus, responsável pela doença covid-19, já provocou mais de 117 mil mortos e infetou quase 1,9 milhões de pessoas, numa pandemia que atingiu 193 países e territórios.
Em Portugal, houve 535 mortes associadas à covid-19 e 16.934 casos de infeção confirmados, segundo o balanço feito na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde.
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