No Dia Mundial da Saúde Oral, assinalado hoje, a OMD refere, citando dados do seu último Barómetro da Saúde Oral, que 65,2% das crianças até aos seis nunca visitaram o médico dentista, ao que se soma o facto de apenas 51,8% dos menores utilizarem o cheque-dentista quando recorrem a uma consulta.
Para melhorar estes dados, a Ordem enviou uma carta aos diretores escolares, visando sensibilizá-los para “a mais-valia da prevenção em matéria de saúde oral, com especial destaque para a importância da promoção da prática da escovagem dos dentes em ambiente escolar”.
A OMD sublinha que “as doenças orais constituem, pela sua elevada prevalência, um dos principais problemas de saúde da população infantil e juvenil”.
Na carta enviada à Associação Nacional de Dirigentes Escolares e à Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, a OMD afirma que as escolas são “locais privilegiados para a transmissão da informação e capacitação das crianças e jovens, sendo, por excelência, palcos indutores de comportamentos”.
“Assim, as atividades de promoção da saúde, designadamente da saúde oral, e de prevenção da doença devem estar integradas nas atividades regulares das escolas, devendo os responsáveis educativos ser envolvidos em projetos e programas de saúde”, apela a ordem.
A aposta deverá passar pela “promoção, (re)implementação e/ou reforço da escovagem dentária em todas as escolas do país e pela execução do bochecho de flúor que os serviços de saúde fornecem gratuitamente”, lê-se na missiva enviada também para o Ministério da Educação.
O bastonário da OMD, Miguel Pavão, defende que, “além de pedagógica, a escovagem dos dentes nas escolas promove hábitos e rotinas de higiene oral e é fundamental na prevenção de doenças orais”.
Recordando que os mais novos “são capazes de influenciar positivamente os padrões das próprias famílias, potenciando os ganhos desta medida”, a ordem sublinha que a escovagem é, a par das consultas de rotina, “um dos comportamentos mais determinantes” em termos de prevenção.
Os dados do barómetro da OMD indicam que apenas 67,4% dos portugueses vão ao dentista, pelo menos, uma vez por ano, e menos de um terço da população tem a dentição completa.
Para Miguel Pavão, “há muito ainda a fazer no sentido de melhorar os índices de saúde oral dos portugueses: Sem saúde oral, não há saúde geral e só com o contributo de todos (Governo, organizações não-governamentais, ordens, associações, comunidades e indivíduos), poderemos alcançar bons resultados em saúde”.
Segundo a OMD, bons resultados em saúde dependem da aposta na prevenção, mas também de “uma verdadeira política” de cuidados de saúde oral no Serviço Nacional de Saúde para “diminuir as barreiras no acesso”.
A OMD saúda o retomar do diálogo no sentido de relançar o programa Saúde Oral Para Todos, com a criação de um grupo de trabalho que, até maio, apresentará uma proposta de estratégia para 2023-2025.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, as doenças orais estão entre as doenças não transmissíveis mais comuns em todo o mundo, afetando cerca de 3,5 mil milhões de pessoas, sendo urgente a aposta na prevenção.
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