Manuel Pizarro falava hoje na Moita, no distrito de Setúbal, depois de uma reunião com o autarca do município onde anunciou a viabilização da continuidade de construção do novo centro de saúde da Baixa da Banheira.
“O que garantimos é que vamos dar previsibilidade às pessoas. O desejável era que todos estivessem a funcionar em pleno, mas isso não é possível e temos de nos adaptar e dar uma resposta de qualidade e segurança”, explicou adiantando que o plano é temporário “até ter as condições para que tudo funcione na perfeição”.
Na terça-feira, o ministro reuniu-se com os presidentes das câmaras municipais de Setúbal, André Martins, de Sesimbra, Francisco de Jesus, e de Palmela, Álvaro Amaro, para dar conta de uma proposta para as urgências dos hospitais da margem sul de forma a evitar maiores constrangimentos devido à falta de pessoal.
Segundo a proposta, as urgências de ginecologia e obstetrícia dos hospitais de Setúbal e do Barreiro vão funcionar alternadamente aos fins de semana e durante o Natal e Ano Novo, enquanto o hospital de Almada manterá este serviço aberto.
Hoje o ministro da Saúde disse não querer adiantar mais pormenores sobre o plano, remetendo para quinta-feira uma explicação mais aprofundada a ser dada pela direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, mas assegurou que o objetivo é, em alguns casos, agregar serviços de forma a garantir que as pessoas saibam onde procurar cuidados.
“As medidas devem ser explicadas pela direção executiva com toda a clareza. A reunião de ontem com os autarcas de Setúbal, Sesimbra e Palmela, tal como foi a de hoje, é a demonstração de que o Governo está atento às zonas do país onde sentimos que o SNS tem tido mais dificuldade em dar uma resposta plena”, disse.
Manuel Pizarro adiantou que o que mais preocupa são as maternidades, defendendo que Portugal é um dos melhores países para nascer pelo que existe a necessidade de organizar os serviços para garantir que continue a sê-lo no presente e futuro.
“Não quero adiantar os métodos exatos, mas em alguns casos poderá implicar a partilha de recursos entre hospitais e é isso que se espera de um SNS em rede, cada serviço não é uma ilha”, salientou o ministro
Questionado sobre os tempos de espera nas urgências, Manuel Pizarro disse que a situação tem melhorado nas últimas semanas, uma vez que as pessoas estão a recorrer mais, quer à linha de saúde 24, quer aos centros de saúde.
“Temos tido em cada fim de semana 17 mil portugueses a recorrer aos centros de saúde. Acho que as pessoas estão a perceber a nossa mensagem. Não podemos sobrecarregar a urgência com procura de pessoas que podiam ser melhor vistas noutros níveis de cuidados. Não posso garantir que tudo vai funcionar na perfeição, mas temos verificado que os serviços se têm vindo a adaptar e que os problemas têm vindo a diminuir”, disse.
A questão das urgências em Portugal é, segundo o ministro, um problema crónico que exige uma reflexão com a tomada de medidas estruturais, melhorando as formas alternativas de acesso.
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