As vacinas desenvolvidas pelo Instituto de Vacinas Sabin, sediado nos EUA, e pela Universidade de Oxford, Reino Unido, “estão prontas para serem enviadas” para o Uganda, que se encontra, neste momento, a finalizar protocolos para o estudo antes que a Autoridade Nacional de Medicamentos emita licenças de importação, disse Yonas Tegegegn Woldemariam, representante da OMS no Uganda.
O Uganda, que enfrenta atualmente um grave surto de Ébola de estirpe sudanesa, espera centenas de milhares de doses de vacinas que irão reforçar um esforço na resposta ao combate do vírus.
O avanço destas vacinas é particularmente urgente, já que a estirpe do Sudão não tem, até agora, vacinas com eficácia comprovada.
Com localidades ainda em regime de confinamento, Woldemariam sublinha que a ação de combate principal ainda se deve centrar, sobretudo, na identificação dos contactos com o Ébola e no envolvimento da comunidade.
“Estamos a aproximar-nos cada vez mais da distribuição de vacinas”, disse. “Isto é um estudo. Este é apenas mais um instrumento que vamos tentar”.
A vacina de Oxford está a ser produzida pelo Instituto Serum da Índia, que indicou poder eventualmente disponibilizar centenas de milhares de doses, segundo o representante da OMS no Uganda, que está a seguir de perto a resposta do Ébola do Uganda.
Manifesta-se como uma febre hemorrágica viral e infetou até agora, pelo menos, 60 pessoas e matou 24, com cinco profissionais de saúde incluídos. Os números oficiais não incluem, no entanto, pessoas que provavelmente morreram de Ébola antes de o surto ter sido confirmado.
O Uganda declarou um surto de Ébola em 20 de Setembro, vários dias depois de a doença contagiosa ter começado a espalhar-se numa comunidade agrícola rural, marcando a primeira vez que esta espécie – uma das seis no género Ebolavirus – foi detetada no país desde 2012.
Estão agora em vigor um bloqueio e medidas de recolher obrigatório noturno no epicentro do surto, a cerca de 150 quilómetros (90 milhas) a oeste da capital, Kampala.
O ébola propaga-se por contacto com fluidos corporais de uma pessoa infetada ou materiais contaminados. Os sintomas incluem febre, vómitos, diarreia, dores musculares e, por vezes, hemorragias internas e externas.
O Uganda já teve múltiplos surtos de Ébola, incluindo um em 2000 que matou mais de 200 pessoas. O surto de Ébola de 2014 a 2016, na África Ocidental, matou mais de 11.000 pessoas, o maior número de mortes de sempre.
Foi descoberto em 1976, depois de ter sido identificado em dois surtos simultâneos no Sul do Sudão e no Congo, perto de uma aldeia junto ao rio Ébola, o qual dá a denominação ao vírus.
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