Muito cultivada na Europa, a beterraba, para além de matéria-prima para a produção de açúcar e de biocombustível, é um alimento com reconhecidas propriedades benéficas comprovadas. A sua fibra alimentar retarda a absorção dos hidratos de carbono do sangue, aumentando os níveis de energia no organismo. Um estudo científico divulgado pela publicação especializada American Journal of Clinical Nutrition demonstrou a descida da homocisteína após a ingestão de um composto da beterraba, a betaína.
Neste ensaio clínico, oito voluntários, com idades compreendidas entre os 19 e os 40 anos, consumiram diariamente cerca de 500 miligramas de betaína, em suplemento alimentar ou incluída na alimentação, o que conduziu, segundo os investigadores, a diminuições na homocisteína plasmática, um fator de proteção contra o aparecimento de acidentes cardiovasculares, seis horas após a sua ingestão. Uma descoberta que entusiasmou os cientistas e que contribuiu para o aumento do consumo de beterraba.
Este vegetal fornece tiamina, riboflavina, niacina, ácido ascórbico, potássio, fósforo, sódio e manganês, além de betaína. Uma substância com propriedades antitumorais e anticancerígenas, que, quando aplicada isoladamente, provoca efeitos adversos, sobretudo ao nível hepático, o que não sucede quando é administrada na sua forma natural, com outros constituintes da beterraba. Tem propriedades hepatoprotetoras e hipocolesteromimiantes. Também contém ferro, essencial na formação da hemoglobina.
A beterraba é um dos alimentos mais recomendados para combater a anemia. É muito sugerida em oncologia, pois ajuda a reduzir os efeitos secundários da quimioterapia, aumentando a eficácia dos tratamentos. Desintoxica o organismo e evita as anemias comuns nestes pacientes. Tónica e protetora do fígado, ajuda a reduzir o colesterol. Também purifica o sangue e é útil no combate à homocistinúria, uma doença diagnosticada pelo teste do pezinho, causada pelo aumento de homocisteína no sangue, o que pode causar um acidente vascular cerebral (AVC) e enfartes do miocárdio, problemas de visão e/ou atrasos no crescimento.
Apesar das suas vantagens, deve ser administrada com moderação a diabéticos, podendo ser misturada com um pouco de canela para atenuar o sabor característico. Em termos de administração, existe uma forma original, o extrato. Para fazer um, pique bem a beterraba e misture-a, de seguida, com açúcar mascavado. Deixe no frigorífico a macerar durante, pelo menos, três dias e tome, depois, duas a três colheres de sopa deste líquido diariamente. Em sumo, beba entre um a dois copos por dia. Não ingira mais do que isso.
Em xarope, outra das alternativas disponíveis no mercado, tome-a de acordo com a indicação da embalagem, uma vez que a concentração de beterraba e de ferro varia consoante a marca. Para combater a anemia, pode ainda fazer uma sopa. Junte, numa panela com água, meio quilo de beterraba, uma cebola picada, um copo de feijão vermelho e duas ou três folhas de couve. Cozinhe durante 30 minutos e depois triture com a varinha mágica. Adicione um fio de azeite, umas folhas de hortelã e delicie-se.
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