O estudo publicado na Revista Médica Britânica (BMJ, na sigla em inglês) parte do pressuposto científico de que muitas pessoas recuperam o peso perdido após uma dieta, em parte, porque o metabolismo desacelera e o corpo se adapta ao chamado "peso natural", o que provoca um menor dispêndio de calorias no dia a dia, armazenando-as.
O estudo em causa analisou o peso de 164 participantes expostos a uma dieta controlada durante 20 semanas. Durante esse período, foi ainda feita a medição da secreção de insulina, das hormonas metabólicas e do gasto total de energia, ou seja, as calorias queimadas.
"Esta análise é o maior estudo sobre a alimentação que existe para provar o 'Modelo de hidratos de carbono e insulina' e proporciona uma nova forma de ver o tratamento contra a obesidade", afirmou o principal investigador David Ludwig.
De acordo com o modelo, "os hidratos de carbono processados que inundam as dietas com baixo teor de gordura aumentam o nível de insulina e, consequentemente, as células adiposas armazenam um maior número de calorias", explica Ludwig.
Com menos calorias disponíveis para o resto do corpo, a fome aumenta e o metabolismo desacelera, gerando um aumento do peso, conclui o investigador.
Durante o estudo, os participantes dividiram-se em três grupos e receberam dietas com quantidades diferentes de hidratos de carbono para que os cientistas pudessem comparar os gastos de energia na hora de queimar calorias.
Os resultados demonstraram que o gasto de energia total era significativamente maior na dieta pobre em hidratos de carbono, pois os participantes queimaram cerca de 250 calorias a mais por dia do que aqueles que tinham seguido a dieta com maior ingestão de hidratos de carbono (batatas, arroz, massa, por exemplo).
"Isto traduzir-se-ia na perda de peso de aproximadamente 20 quilos ao fim de três anos", diz a investigadora Cara Ebbeling, citada pela agência de notícias espanhola Efe.
Além disso, segundo o estudo, a diferença na perda de calorias entre as dietas ricas e pobres em hidratos foi muito maior naquelas pessoas com altos níveis de secreção de insulina, com uma média de 400 calorias queimadas por dia.
Com agências
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