Esta situação é especialmente preocupante para os profissionais de voz, ou seja, para as pessoas que dependem da voz para exercer a sua profissão tal como os professores, os operadores de telemarketing, os locutores, os atores, jornalistas, padres entre outros.

Os profissionais de voz por estarem expostos a uma grande sobrecarga vocal diária, apresentam maior incidência de problemas vocais em comparação com a restante população. Os fatores de risco podem ser de natureza diversa, no entanto, estão fortemente relacionados com longos períodos de uso vocal, com a constante necessidade de projeção vocal, com as características pessoais e do ambiente profissional (qualidade do ar, temperatura e grau de humidade) e, particularmente, com a ausência de técnica vocal adequada e de práticas de aquecimento vocal.

Quando surgem sinais de alerta é importante reconhece-los e agir em conformidade Caso persistam por mais de 15 dias é aconselhado consultar o Médico Otorrinolaringologista e o Terapeuta da Fala, responsáveis pelo diagnóstico e pela reeducação vocal, respetivamente.

Existem alguns comportamentos que ao serem adotados diariamente, não exigem muito esforço e promovem significativamente a saúde e qualidade vocal. Caso pretenda melhorar a sua eficácia vocal e agir preventivamente pode consultar um Terapeuta da Fala que o ajudará a potencializar a sua comunicação.

Sinais de alerta

  1. Sensação constante de ardor e garganta seca;
  2. Tensão e dor na região do pescoço, especialmente após exposição vocal;
  3. Diminuição da resistência da voz ao longo do dia ou da semana de trabalho;
  4. Sensação de esforço para falar;
  5. Quebras/flutuações na qualidade da voz;
  6. Rouquidão ou períodos de afonia;
  7. Necessidade constante de tossir e pigarrear;

Como cuidar da voz

  1. Hidratar regularmente através da ingestão de água ou de nebulizações diárias, especialmente na presença de ar condicionado;
  2. Usar sons não-verbais, como as palmas e o apito, em alternativa às explosões vocais;
  3. Substituir o pigarreio e a tosse habitual por alternativas como: engolir saliva, beber água e tossir;
  4. Falar sempre frente-a-frente com o corpo alinhado e relaxado, mantendo o queixo próximo do peito, especialmente aquando da projeção da voz;
  5. Aproximar-se da pessoa com quem quer falarem vez de gritar;
  6. Aquecer e preparar a voz antes do uso profissional;
  7. Evitar sussurrar dando preferência a uma voz fraca, como pouco volume;
  8. Ingerir bebidas e alimentos a temperatura amena no período de utilização da voz;
  9. Treinar a voz junto de um profissional para rentabilizar o seu uso, desenvolver estratégias de economia vocal e evitar perturbações vocais.
  10. Atentar ao seu estilo de vida e estado de saúde global: os hábitos etílicos e tabágicos, a alimentação bem como os quadros alérgicos e o stress podem influenciar negativamente o seu desempenho vocal.

Por Sónia Silva, Terapeuta da Fala

Logótipo 2015 Speechcare
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