Apesar dos avanços na literacia financeira, falar sobre dinheiro continua a ser desconfortável para muitos portugueses. O 1.º Barómetro Doutor Finanças de Hábitos Financeiros, realizado em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, mostra que um terço das famílias evita ou limita o diálogo sobre finançasno ambiente familiar.

O estudo revela que mais de um terço dos portugueses (35%) não falam regularmente sobre dinheiro em casa. Entre estes, 16% só aborda o tema quando há despesas inesperadas ou decisões importantes. Já 10% admite que raramente conversa sobre o assunto e 9% nunca o faz. Para estas famílias, o dinheiro continua a ser um tema sensível.

Idade pesa no silêncio financeiro

A resistência ao diálogo financeiro varia consoante a idade. Os maiores de 65 anos representam 11% do grupo que evita falar sobre dinheiro - a percentagem mais elevada entre todas as faixas etárias. Entre os 45 e os 55 anos, o número desce para 7%, e entre os 55 e os 65 anos, para 6%.

Já os mais novos mostram maior abertura. Apenas 4% dos jovens entre os 18 e os 25 anos evitam o tema. Entre os 25 e os 35 anos, o valor cai para 3%, o que sugere que as novas gerações estão mais à vontade para falar de finanças.

Mais de 60% dos portugueses discute finanças com frequência

Apesar do silêncio de alguns, a maioria dos portugueses está cada vez mais disponível para falar sobre dinheiro. Segundo o barómetro, 31% dos inquiridos conversam sobre finanças pelo menos uma vez por mês com os familiares. Outros 32% fazem-no com ainda mais frequência - todas as semanas ou quase todas.

No total, mais de 60% das famílias portuguesas mantêm um diálogo regular sobre dinheiro em casa.