"Uma praia ZERO poluição é aquela em que não foi detetada qualquer contaminação microbiológica nas análises efetuadas às águas balneares ao longo das três últimas épocas balneares. Em 2022, as praias com ZERO poluição representam 9% do total das 643 zonas balneares em funcionamento, um aumento de 9 pontos percentuais, mais 5 praias, em relação às 53 classificadas no ano passado", começa por informar a ZERO em comunicado.
Todas as praias classificadas o ano passado como praias ZERO poluição estão classificadas, ao abrigo da legislação, como praias com qualidade da água “excelente”. Porém, na maioria das vezes, à custa de uma única análise onde foi detetada a presença de microrganismos, mesmo que muito longe do valor-limite, deixaram de poder ser consideradas praias ZERO poluição. "Pela positiva merece destaque a entrada de cinco praias de Albufeira que não tinha nenhuma no ano passado, e a passagem de uma para cinco praias de Aljezur. Lourinhã e Vila Nova de Gaia deixaram tinham duas praias ZERO o ano passado e deixaram de estar representados. Em termos de balanço, saíram da lista do ano passado 12 praias e entraram 17 novas", refere a nota.
Esta análise da Associação ZERO teve em conta os parâmetros da legislação em vigor. Os concelhos com maior número de praias ZERO poluição são Albufeira e Aljezur com cinco praias, Tavira com quatro e Alcobaça, Faro, Porto Santo (Madeira), Sesimbra, Vila do Bispo e Vila do Porto (Santa Maria, Açores) com três. De referir que há 46 praias ZERO no Continente em 21 concelhos, oito nos Açores em seis concelhos e quatro na Madeira em dois concelhos.
"De salientar que é extremamente difícil conseguir um registo incólume ao longo de três anos nas zonas balneares interiores, muito mais suscetíveis à poluição microbiológica. À semelhança do que aconteceu nos anos de 2016 (ano em que a ZERO iniciou esta avaliação) a 2019, há uma zona balnear interior com a classificação de ZERO poluição – a Albufeira de Alfaiates no concelho do Sabugal. Todas as restantes praias são consideradas 'costeiras', exceto uma praia em zona estuarina classificada como de 'transição'. Este facto é um indicador do muito que ainda há a fazer para garantir uma boa qualidade da água dos rios e ribeiras em Portugal, o que requer esforços adicionais ao nível do saneamento urbano e das empresas", lê-se no comunicado.
O que é uma praia ZERO poluição?
A partir de dados solicitados à Agência Portuguesa do Ambiente, a Associação ZERO identificou as praias que, ao longo das três últimas épocas balneares (2019, 2020 e 2021), não só tiveram sempre classificação 'excelente' como apresentaram valores zero ou inferiores ao limite de deteção em todas as análises efetuadas aos dois parâmetros microbiológicos controlados e previstos na legislação (Escherichia coli e Enterococos intestinais). Isto é, em todas as análises efetuadas não houve sequer a deteção de qualquer unidade formadora de colónias. Consideram-se três anos por corresponder ao período mínimo habitualmente requerido pela Diretiva 2006/7/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 15 de fevereiro de 2006, relativa à gestão da qualidade das águas balneares, para se proceder à classificação da qualidade da zona balnear.
Alguns alertas de época balnear
A ZERO selecionou alguns aspetos que considera cruciais neste início de época balnear em muitas praias:
- Por razões ambientais e de segurança, só devem ser frequentadas praias classificadas como zonas balneares, onde há vigilância e onde se conhece a qualidade da água;
- Não devem ser deixados quaisquer resíduos na praia e, sempre que possível, devemos encaminhá-los através da recolha seletiva. Cuidados adicionais deverão ser tomados ao deitar fora luvas e máscaras. Mais de 80% dos 12,2 milhões de toneladas de plástico que entram no ambiente marinho em cada ano vêm de fontes terrestres, sendo o maior contribuinte o lixo de plástico, incluindo itens como garrafas de bebidas e outros tipos de embalagens. Este ano também estão a ser detetados resíduos consideráveis e máscaras e luvas no Mediterrâneo;
- Deve-se preservar a paisagem e os ecossistemas envolventes das zonas balneares, evitando o pisoteio de dunas ou outras áreas sensíveis.
Veja a lista
- CASTELO
- COELHA
- EVARISTO
- FALÉSIA ALFAMAR
- MANUEL LOURENÇO
- ÁGUA DE MADEIROS
- LÉGUA
- PEDRA DO OURO
- AMOREIRA-MAR
- ARRIFANA
- BORDEIRA
- MONTE CLÉRIGO
- VALE FIGUEIRAS
- PRAIA DO MAR
- FORTE DO CÃO
- FÃO-OFIR
- SUAVE MAR (TRANSIÇÃO)
- BARRETA
- CULATRA-MAR
ILHA DO FAROL-MAR - ANCÃO
- QUINTA DO LAGO
- COXOS
- FOZ DO LIZANDRO-MAR
- SALGADO
- VALE DE JANELAS
- ALTEIRINHOS
- ARMONA-MAR
- BALEAL-CAMPISMO
- BALEAL-SUL
- ALBUFEIRA DE ALFAIATES (NO INTERIOR)
- BICAS
- LAGOA DE ALBUFEIRA-MAR
- MOINHO DE BAIXO-MECO
- ADRAGA
- GRANDE
- BARRIL
- CABANAS-MAR
- TERRA ESTREITA
- AFIFE
- ARDA
- CASTELEJO
- CORDOAMA
- MARTINHAL
- VILA CHÃ
- CAIS MOURATO
- PRAINHA (PRAIA DA VITÓRIA)
- SANTA CRUZ DAS FLORES
- POÇAS DE SÃO ROQUE
- PREGUIÇA-VELAS
- FORMOSA
- MAIA
- SÃO LOURENÇO
- LAJE
- PORTO SANTO - CABEÇO DA PONTA
- PORTO SANTO - LAGOA
- PORTO SANTO - RIBEIRO COCHINO
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