Fica nas profundezas da África Central e é uma das selvas mais desconhecidas e intactas do planeta. A Floresta do Congo é o segundo maior pulmão verde do planeta, estando repartida entre seis países (República do Congo, República Democrática do Congo, República Centro Africana, Camarões, Guiné Equatorial e Gabão), ficando atrás apenas da Amazónia, no Brasil.
São mais de 200 milhões de hectares que permanecem, em grande parte, um mistério para a ciência e que, ao contrário da Amazónia ou das florestas tropicais da Indonésia, ainda não aparecem nos catálogos turísticos, nem fazem parte das prioridades de muitos agronegócios.
No entanto, a crescente procura por alimentos, madeira e carvão, aliados à falta de oportunidades económicas e o comércio ilegal de espécies, os cantos mais puros da Bacia do Congo começam a ficar corroídos.
Estas florestas são o sustento para mais de 60 milhões de pessoas, abrigando diversas espécies de mamíferos, insetos, aves, répteis, dos quais se destacam os elefantes, leões, búfalos, zebras, girafas, gorilas e chimpanzés, além de cerca de 10 mil plantas diferentes. São ainda responsáveis pela regulação do clima e os padrões de chuva no mundo.
“Precisamos entender urgentemente como as florestas da África Central funcionam para projetar planos de gestão sustentável que beneficiem as comunidades, o clima e a biodiversidade ao mesmo tempo”, diz Paolo Cerutti, um dos maiores especialistas do mundo e responsável pelo Projeto de Treino, Pesquisa e Meio Ambiente em Tshopo (Forets), no norte da República Democrática do Congo (RDC).
A iniciativa, financiada pelo 11º Fundo Europeu de Desenvolvimento e coordenada pelo Centro Internacional de Pesquisa Florestal (Cifor), promove o desenvolvimento sustentável em torno da reserva da biosfera Yangambi, além de formar a primeira grande geração de especialistas florestais do país e evitar um isolamento científico, alimentado pela fragilidade e violência durante décadas.
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