Nasceu na Lapa, em Lisboa, em 1952. Apesar de também cantar, foi como atriz que se impôs no panorama artístico nacional. Integrou o elenco da primeira telenovela portuguesa, «Vila Faia». A partir daí, nunca mais parou. Hoje, aos 63 anos, a ex-mulher do cantor Paulo de Carvalho e mãe do também cantor Agir, brilha atualmente na telenovela «Jardins Proibidos», onde desempenha o papel de uma mulher madura que se apaixona por um homem mais novo e que tem de lidar com um filho psicopata. Em entrevista à Prevenir, Helena Isabel fala de beleza e explica como mantém um espírito jovem.
Não gosta de falar de beleza e, contudo, o tema é incontornável. A Helena é uma mulher bonita. É mais difícil para uma mulher bela envelhecer?
Eu acho que sim. Há muitos anos, uma grande atriz e encenadora brasileira, Bibi Ferreira, quando estávamos a fazer a peça «Piaf», disse, em relação à minha personagem, que para uma mulher bonita era mais difícil envelhecer, porque se habitua a ser adulada durante toda a vida e de repente isso desaparece. No entanto, existem outras qualidades, como a inteligência, a cultura e o sentido de humor que podem ultrapassar a falta de beleza.
O que é preciso ter aos 60 anos para se permanecer bonita, como a Helena?
Para começar, é preciso alegria de viver e isso é algo que tenho, mas também me cuido. Costumo dizer que não dou confiança à idade porque não me sinto com a idade que tenho. Neste momento, e espero que ainda durante algum tempo, faço exatamente aquilo que fazia quando tinha 30 ou 40 anos. Tenho uma vida super ativa, sou ágil, faço exercício físico, musculação com halteres. Agora há certos cuidados que uma mulher tem de ter quando começa a envelhecer.
Que cuidados tem com a pele?
Depois de tomar o meu duche, aplico sempre creme hidratante no corpo e proteção solar no rosto e nos lábios, especialmente se estiver a gravar ao ar livre. À noite, limpo muito bem a pele do rosto e aplico um creme nutritivo.
Pesa 56 quilos para uma altura de 1,68 m e exibe uma silhueta elegante. A nível de alimentação, quais as regras que adota à mesa?
No dia a dia, alimento-me de forma saudável, evitando os alimentos que engordam mais. Não como hidratos de carbono e alimento-me muito à base de saladas e grelhados. Isto não quer dizer que quando janto fora não abuse, não beba um copo de vinho tinto, não coma um doce... Nada é radical e até sabe bem fazer asneiras de vez em quando.
Tomo sempre o pequeno-almoço, ao almoço normalmente como uma salada, lancho um iogurte ou uma peça de fruta e à noite só como sopa. Sou incapaz de passar um dia sem comer legumes. Há alimentos que praticamente não como porque me desabituei, como por exemplo a carne vermelha. Também deixei de beber leite já há muitos anos. Bebo o de soja, mas apenas light, por não conter açúcar.
E como mantém o espírito jovem?
Tento estar informada, leio muitos jornais, vejo noticiários, vou ao cinema, saio muito com os meus amigos e viajo. Tudo isso me faz esquecer a idade que tenho.
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Passaram-se 33 anos desde a sua estreia em televisão, na primeira novela portuguesa. O que diferencia a helena do tempo de «Vila Faia» da que vemos hoje em «Jardins proibidos»?
A experiência de vida pessoal e profissional. Sempre fui uma pessoa muito insegura e, hoje, tenho mais segurança naquilo que faço. Aprendi a confiar em mim, a acreditar que sou capaz e a conhecer melhor as minhas limitações.
Que grandes certezas deixou de ter?
Sempre tive muitas interrogações na vida. A certeza que sempre tive e que continuo a ter é que não quero ter um dia a dia rotineiro. A rotina mata-nos aos bocadinhos.
Que aspetos da personalidade foi limando?
Aprendi a não me entregar tanto às coisas e às pessoas. Tenho menos ilusões. Mantenho a capacidade de me entusiasmar pelas coisas, mas já não vou de olhos fechados. Também continuo a ser muito tímida, o que às vezes as pessoas confundem com antipatia, mas é só timidez e isso nunca consegui ultrapassar, apesar de hoje disfarçar melhor… [risos]
Texto: Vanda Oliveira
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