Vamos por partes, o edifício em si, tem o porte da arquitectura dos anos 30, onde vitrais, candeeiros industriais suspensos e um pé direito alto e admirável, são o palco de um grande festival alimentar que ali se apresenta: pargos, robalos, linguados, além do atum, salmão, gambas de vários calibres, mexilhões, ameijoas e lagostas, entre muitos outros.
Viro-me para o outro lado e é com agrado que vejo alguns quiosques que representam Portugal, onde não faltam o bacalhau e o vinho do Porto e tendo Espanha como vizinhos imediatos, bem representados pelos enchidos e o presunto pata negra.
As bancas de frutos secos e especiarias são imensas, com grandes sacos de castanhas do pará, que adoro, cajus, amêndoas e nozes e saquinhos de especiarias, paprica, cominho, canela, louro, entre outros, que dão a nota de cheiro a este grande 'pot-pourri'. Mais à frente, a fruta dá-nos a explosão de cor do mercado, com aspecto suculento e maduro, das mais tradicionais e conhecidas, como os morangos, laranjas, kiwis, passando pelas tropicais, como o mamão, mangas de vários tipos, caju, pinha, jaca, até a outras mais exóticas que nem o nome consigo recordar.
E se todo este banquete aguça o apetite, é fácil satisfazer-se no próprio momento sem esperar, a comer aquilo que se leva para casa; há inúmeros quiosques com esplanada onde se pode matar o desejo com comida rápida e típica, como a tão conhecida cochinha de frango e o pastelão, ou então as extraordinárias sandes de mortadela de sete pisos.
E para concluir este passeio, bem gastronómico, e estando no centro de São Paulo, nada melhor do que parar na Casa Mathilde, uma famosa pastelaria portuguesa e matar saudades de um pastel de Belém.
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