A balada "Amar pelos dois" foi um verdadeiro sucesso internacional mas, apesar do êxito que a participação no Festival Eurovisão da Canção lhe trouxe em 2017, Salvador Sobral não coloca a hipótese de voltar a concorrer ao certame e, nos últimos anos, nem sequer prestou atenção às candidaturas dos outros países. "Acho que a minha história com a Eurovisão acabou ali. Agora, tenho de seguir o meu caminho. Tenho outras pretensões", assumiu o cantor e compositor de 31 anos em entrevista à BBC.
No discurso de vitória, minutos após conquistar o primeiro lugar no eurofestival em Kiev, na Ucrânia, o artista português foi muito crítico em relação às composições assumidamente leves e comerciais que o evento apresenta anualmente. "Mantenho o que disse na altura. A minha canção era muito verdadeira. Os instrumentos eram autênticos, as vozes eram reais, não havia ali nada de artificial. Acho que foi isso que tocou as pessoas", considera o intérprete. Apesar de não se rever no formato, não deixa, contudo, de o elogiar. "Se fores honesto e fiel à tua arte, acho que é uma grande plataforma para te dares a conhecer na Europa e no resto do mundo", afirma Salvador Sobral.
Na entrevista à BBC, o artista recordou ainda os momentos difíceis que viveu após o transplante de coração que fez no início de dezembro de 2017. "Tive de fazer muita reabilitação. Tive de aprender tudo outra vez. Tive de reaprender a escrever e a cantar. Acho que isso foi o mais difícil", desabafa. "Agora, sinto-me lindamente. Jogo futebol duas vezes por semana, o que é um milagre", considera o intérprete de "Sangue do meu sangue", o primeiro single do álbum, "BPM", que será lançado a 28 de maio.
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