Os casais que cohabitam estão a fazer menos sexo e uma das razões (também) é da falta de comunicação, como confirmou um estudo internacional levado a cabo por um grupo de investigadores da London School of Hygiene and Tropical Medicine, um prestigiado estabelecimento de ensino inglês. Nos que estão juntos há mais tempo, a culpa é da(s) rotina(s) que se vão instalando com o tempo. No caso dos mais novos, são outros interesses.
"Muitas pessoas consideram que é uma atividade aborrecida", aponta mesmo a terapeuta sexual britânica Cate Campbell. Em declarações ao jornal britânico The Guardian, a especialista confirma a tendência atual, mas sugere dicas para a contrariar. "À medida que o tempo vai passando, os casais vão deixando de fazer coisas e, como acham que o parceiro já não tem interesse nelas, acabam por desistir", critica também a terapeuta sexual Armele Philpotts.
Apesar de considerar que falar de sexo, mesmo entre casais, não é fácil, uma vez que é "um assunto muito pessoal e as pessoas sentem-se vulneráveis", aconselha a fazê-lo. Sem medos nem tabus. "É possível fazê-lo sem humilhar o outro", garante. "Há algo que gostarias de experimentar que nunca fizeste? Desde que foste mãe, há alguma coisa que te deixe desconfortável? Sentes que o teu corpo mudou desde as primeiras vezes que fizemos amor? Estas são algumas das questões que o casal não deve ter medo de abordar. É melhor conversar sobre isso do que, depois, criticar o parceiro", aconselha Ammanda Major.
A terapeuta sexual recomenda, todavia, prudência. "Essa conversa não deve servir para pressionar o outro mas, sim, para melhorar a sintonia entre o casal", realça. "Se um homem sugerir sexo anal, por exemplo, muitas das mulheres que o experimentaram podem achar que é nojento e doloroso, mas ele, se tem vontade, deve propô-lo. Eu não vejo mal nenhum nisso, desde que ele esteja mentalizado para o facto da resposta poder ser negativa", refere.
"Ninguém se deve sentir culpado por gostar de determinados tipos de sexo e ninguém se deve sentir obrigado a fazê-los", defende ainda Ammanda Major. "O melhor é falar sobre isso, tentar ou arranjar um meio-termo. As pessoas têm apetites sexuais diferentes e também acabam por chegar a um consenso em termos da frequência das relações sexuais. Temos, todavia, de ser realistas. Estamos todos a ficar mais velhos", acrescenta ainda a especialista britânica.
Além do desinteresse que se instala com o passar dos anos, a culpa para a redução da atividade sexual dos casais nos dias de hoje também é do (muito) trabalho e das responsabilidades parentais. Para a revitalizar, além de experimentar algumas das posições sexuais que se seguem, Ammanda Major sugere um maior contacto físico. "A intimidade não se limita ao sexo. Um carinho, um abraço ou só perguntar como correu o dia já fazem a diferença", garante.
Um pequeno gesto pode, no entanto, fazer toda a diferença. "É muito importante que os casais tenham uma rotina tátil", defende também a terapeuta sexual Cate Campbell. "Despeçam-se sempre como deve ser, com um beijo e um abraço, mesmo quando vão dormir", recomenda. Outro dos conselhos é irem para a cama ao mesmo tempo. "Há muitos casais em que ela vai dormir e ele fica noutra divisão a ver pornografia", condena a especialista britânica.
"Deitem-se ao mesmo tempo e deixem as vossas mãos percorrer os corpos um do outro. Se pretenderem mais do que isso ou uma coisa diferente, demonstrem-no com as mãos", sugere mesmo a terapeuta sexual. "Acabarão por fazer coisas diferentes", garante. "Ao fim de 10 anos juntos, muitos casais já preferem tomar um chá a fazer sexo mas, se investirem mais na sua vida sexual, voltarão a excitar-se e a querer repeti-lo mais vezes", assegura Cate Campbell.
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