Durante algum tempo, esta técnica foi uma opção para as mulheres que queriam aumentar o peito sem passar pelos inconvenientes de uma cirurgia. Hoje, como explica Francisco Melo, cirurgião plástico, "é utilizada na mama, particularmente para remodelação no caso das reconstruções mamárias na pós-mastectomia por cancro". "A sua aplicação para aumento da mama é controversa e os volumes são difíceis de prever, pois nem todo o enxerto pega", avisa.

"Para além disto, podem haver fenómenos de necrose [perda] parcial do enxerto com formação de granulomas e calcificações, podendo interferir na leitura de exames como a mamografia", refere ainda o especialista. Esta técnica recorre aos enxertos de gordura colhida através de lipoaspiração numa outra zona do corpo. "Depois de tratada e processada, essa gordura é transferida para a mama, através de injções seriadas", acrescenta ainda Francisco Melo.

Esta intervenção realiza-se sob efeito de anestesia, local ou geral, conforme os volumes envolvidos. O recurso a este método ronda os 1.500 €. "Não é de esperar grandes resultados, sendo que existem métodos mais eficazes e previsíveis". No entanto, "com a evolução técnica no isolamento das células pluripotenciais [células-mãe], nas quais a gordura é rica, poderão surgir aplicações mais eficazes e seguras para esta técnica", adverte, contudo, o cirurgião plástico.