Comecemos por perceber do que falamos quando nos referimos a um iogurte?

O iogurte é um "alimento vivo". É um produto, lácteo, que resulta da fermentação do leite a cerca de 40 ºC pelas bactérias Lactobacillus bulgaricus. Daqui surge a necessidade de o refrigerarmos, estas bactérias são inativadas pela ação do frio e para impedir a sua atividade e consequente alteração das características do produto devemos mantê-lo refrigerado até ao ato do consumo.

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Hoje temos uma infinidade de iogurtes "inovadores" no mercado. Será que estamos, de facto, a falar de iogurte?

Relativamente a esta questão, convido os consumidores a fazerem um exercício; comparem o rótulo de um iogurte natural (ou mesmo de aromas) com um de um iogurte com pedaços. Vão encontrar no segundo vários ingredientes que não estão no iogurte natural. Se compararmos então com um "iogurte cremoso" essa diferença é ainda maior.

Dado o iogurte ser um produto que resulta de uma fermentação, naturalmente ácido, para o tornar mais apelativo a indústria necessita de criar produtos que contenham uma série de aditivos/ingredientes alimentares que lhe dão cor, estrutura, sabor e elevados valores calóricos. É claro que esses iogurtes são mais apelativos e agradáveis mas não deveríamos, por todas estas razões, preferir os "iogurtes normais"?

Dado o iogurte ser um produto que resulta de uma fermentação, naturalmente ácido, para o tornar mais apelativa a indústria necessita de criar produtos que contenham uma série de aditivos/ingredientes alimentares.

Que papel pode desenrolar o iogurte na nossa alimentação?

Para além de nos fornecer proteínas, cálcio, vitaminas e sais minerais, o iogurte é um alimento probiótico. O facto de conter bactérias vivas, as quais ingerimos, torna-o num alimento com características benéficas para o consumidor. Neste caso, as bactérias lácticas promovem um equilíbrio a nível da flora intestinal evitando a proliferação de bactérias patogénicas e impedindo a obstipação, colites, flatulência e gastroenterite.

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O iogurte é apontado como uma boa alternativa para pessoas intolerantes ao leite. Porquê?

Muitas pessoas não têm capacidade de produzir lactase, a enzima digestiva que decompõe a lactose em açúcares simples e mais facilmente digeríveis. Durante o processo da fermentação ocorre a transformação bacteriana de vários nutrientes, como é o caso da lactose (um açúcar), de algumas proteínas, entre outros elementos. Ou seja, o iogurte é um alimento parcialmente digerido e como tal quando o ingerimos o nosso aparelho digestivo já tem a sua função facilitada. Este facto é também muito importante quando avançamos na idade, pois muitas vezes, ao longo do tempo, vamos perdendo alguma da nossa capacidade digestiva.

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Normalmente abrimos o pacotinho de iogurte e consumimos de imediato. Podemos, contudo, ir bem mais além. Pode dar-nos alguns exemplos de como um iogurte pode ser diversidade à refeição?

Não há hora certa para o consumo de iogurtes; de manhã ao pequeno-almoço com cereais, como entrada sendo um excelente molho numa salada de ovo e batata. Também pode ser usado na salada que acompanha o prato principal e porque não usá-lo para gratinar carnes, barrar peixes e claro à sobremesa, fazendo parceria com fruta em saladas e mousses? Sendo um alimento de baixo valor calórico é uma vantagem para quem necessitar de fazer dieta, e não só. É uma questão de colocarmos a nossa imaginação a funcionar.