São muitos os procedimentos e as técnicas que se podem utilizar para disfarçar, diminuir ou mesmo atrasar o aparecimento dos sinais do envelhecimento. Um dos mais conhecidos e utilizados é a aplicação de Botox.
A toxina botulínica, é uma substância purificada, derivada de uma bactéria que se chama Clostridium botulinum que, por ter o efeito de relaxar os músculos, passou a ser utilizada para fins estéticos no tratamento de rugas e linhas de expressão, mas também como agente terapêutico no tratamento de condições associadas a dor e desordens neuromusculares e até no tratamento da hiperidrose (suor excessivo).
A administração do Botox, seja para fins estéticos ou terapêuticos, é feita através de injeções com agulhas finas e aplicado em zonas estratégicas, provocando uma redução na atividade dos músculos, que ficam com o seu movimento diminuído.
Como atua?
A toxina botulínica atua através do bloqueio da libertação de neurotransmissores que vão impedir ou relaxar a atividade do músculo de fazer o movimento ordenado pelo cérebro. Assim, ao injetar quantidades adequadas nos músculos específicos, dos locais a tratar, bloqueia-se o impulso e temporariamente o músculo fica mais fraco, impedindo a contração. Por isso, o Botox pode ser utilizado para fins estéticos - no tratamento e prevenção de linhas de expressão ou para fins terapêuticos – essencialmente de doenças neurológicas e/ou musculares.
Uso estético
A toxina botulínica é usada para disfarçar e prevenir o aparecimento de rugas e marcas de expressão, uma vez que tem um efeito direto na atividade do músculo. Atua, principalmente, nas rugas que surgem na região frontal, zona da testa; na região glabelar, entre as sobrancelhas e na região peri-orbicular, ao redor dos olhos e que vulgarmente chamamos de “pés-de-galinha”, mas também pode corrigir o sorriso gengival que se caracterizada por uma exposição excessiva de gengiva enquanto sorrimos.
Pode ser aplicado em pessoas mais jovens de forma a atrasar o aparecimento das primeiras linhas de expressão e impedir a formação de rugas profundas por contração muscular. Por outro lado, trata as rugas já existentes e quando a pele já apresenta rugas de expressão, normalmente visíveis a partir dos 30 anos.
Uso terapêutico
Apesar do seu frequente uso para fins estéticos, o Botox é utilizado para fins terapêuticos desde 1970, altura em que foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) para este fim. O seu mecanismo de ação permite que quando injetado em determinados músculos, interrompa o movimento muscular anormal e, dessa forma, corrija o problema.
Nessa medida, entre as principais indicações para o uso terapêutico do Botox estão o suor excessivo (hiperidrose), também para doenças urológicas como a bexiga hiperativa ou a incontinência urinária; doenças neurológicas como a enxaqueca crónica; nas doenças oftalmológicas, nomeadamente o estrabismo; ou nas doenças musculares como o blefaroespasmo (doença neuromuscular) ou a distonia cervical.
Resultados do procedimento com o Botox
Seja no propósito estético e/ou médico, os resultados dos tratamentos com a toxina botulínica são visíveis imediatamente após o procedimento Porém é em média ao fim de uma a duas semanas que se obtém o resultado final. A duração dos resultados vai depender do organismo de cada pessoa, da quantidade de substância aplicada mas de uma forma geral pode ir até aos seis meses, graças ao seu mecanismo de ação. Com o passar de tempo o músculo começa gradativamente a ceder e é recomendada uma nova aplicação para manter o resultado. Quando a aplicação de toxina botulínica é feita regularmente, os efeitos podem durar mais tempo.
Segurança do Botox
Devidamente aprovada quer para fins estéticos (desde 2002), quer para fins terapêuticos (desde 1970), a aplicação da toxina botulínica é muito segura, mas deve ser realizada por um médico especializado e com experiência. Por isso, segundo as normas aprovadas pelo Infarmed, a aplicação de Botox está reservada a médicos. O facto de se tratar de um procedimento simples, não significa que possa ser feito por “qualquer pessoa”. Apenas um especialista, poderá avaliar a quantidade de substância a ser usada e o local onde deve ser injetada para conseguir um bom resultado seja estético ou terapêutico.
As explicações são da médica Luísa Magalhães Ramos, especialista em Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética.
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