A halitose (termo médico para o mau hálito) é uma condição ou alteração do hálito caracterizada por mau odor. É um problema de saúde que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMD) afeta cerca de 40% da população mundial e embora pareça simples, não deve ser menosprezado pois pode indicar a presença de uma doença ainda desconhecida que afeta uma série de órgãos ou tecidos ou que afeta o corpo humano como um todo. A sua causa é multifatorial e o seu tratamento é multidisciplinar.

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A halitose causa algum desconforto e tem impacto na coexistência social que pode levar a uma diminuição da auto-estima e até ter um efeito negativo na qualidade de vida. A tomada de consciência desta situação leva muitas vezes a alterações de comportamento, tais como tapar a boca ao falar ou manter sempre uma certa distância.

Também segundo a OMS a halitose tem origem na cavidade oral em 90% dos casos, sendo os restantes 10% de origem sistémica ou problemas respiratórios. As causas são várias e vão desde a ingestão de alguns alimentos à cárie dentária, doença periodontal, tabaco, diminuição na produção de saliva, rinite, sinusite ou até diabetes. Uma vez que a causa se localiza maioritariamente na boca é por aqui que devemos começar, com uma consulta de rotina ao médico dentista e ao higienista oral.

O que pode fazer o médico dentista?

Faz o diagnóstico da sua saúde oral, identifica e trata possíveis cáries, doenças da gengiva e avalia ou refaz as próteses dentárias no caso de existirem. Podem também ser realizados testes de diagnóstico que avaliam a severidade da patologia.

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E o higienista oral, o que faz?

Nesta consulta além dos tratamentos de prevenção (remoção do tártaro, utilização de jato de bicarbonato de sódio, entre outros), são dadas instruções para reforçar a escovagem dos dentes e da língua, o uso de fio dentário e/ou escovilhões e também a melhor forma de higienizar as próteses. É feita uma avaliação da dieta de forma a identificar alimentos e hábitos que possam agudizar o problema.

Eliminando as causas orais e prevalecendo a patologia é necessário avançar para uma abordagem multidisciplinar que passa pelo encaminhamento para a especialidade de otorrinolaringologia (despiste de sinusite, rinite entre outras); para o gastroenterologista ( despiste de refluxo gastroesofágico entre outras patologias) ou para a medicina geral e familiar, uma vez que a toma de alguns medicamentos, o stress, algumas patologias sistémicas como a diabetes, também podem ser causa de halitose.

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O que se pode fazer no imediato?

Em primeiro lugar ter uma higiene oral cuidada, escovar os dentes duas vezes ao dia, escovar a língua (o dorso da língua acumula bactérias que muitas vezes têm uma responsabilidade grande na existência de halitose) e utilizar o fio dentário.

Beber água ao longo do dia, não estar muitas horas sem comer e mastigar uma pastilha elástica sem açúcar, são também alguns dos truques que podem ser utilizados. Comer uma maçã a meio do dia quando não se pode escovar os dentes, ajuda a remover restos de alimentos e contribui para um hálito mais fresco.

A halitose pode ter solução e pode ser simples. Comece por uma consulta de medicina dentária e de higiene oral e muitas vezes, após realizados os tratamentos que possam ser necessários e passando a ter uma atitude preventiva, tudo fica resolvido.

Os conselhos são de Cristina Figueira, especialista em Higiene Oral do Hospital CUF Descobertas.

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