Já Platão dizia que a opinião é um meio termo entre o conhecimento e a ignorância, e de facto, é intrínseco a qualquer ser humano emitir opiniões. Sempre o fizemos e sempre o iremos fazer, mesmo sobre assuntos que não nos dizem respeito.
Não importa o que faça, o que diga, como se comporta, como é a sua aparência, que decisões toma, tudo será sempre examinado – se não mesmo escrutinado – por outras pessoas.
É a natureza das massas. Comparativamente, é como uma manada de leões que procuram as presas mais fracas. As pessoas fazem o mesmo, procuram sempre quem possam ferir e insultar. E isso pode atingir-nos de uma maneira muito negativa, fazendo até com que a opinião dos outros nos defina e nos estipule limites. Por outras palavras, tendemos a ver-nos através dos olhos de outras pessoas e a acreditarmos nessas versões, beliscando a nossa autoestima e o nosso valor.
A determinada altura estamos a julgarmo-nos pela cor da nossa pele, da nossa religião, profissão ou outra coisa qualquer, e isto é demasiado doloroso e cria um indelével sentimento de injustiça. Mesmo para os mais resilientes, é difícil não ficarmos desanimados quando outros lançam opiniões intencionalmente prejudiciais sobre nós.
É por isso que é importante seguir o caminho certo. É fundamental saber ignorar e perceber que os outros estão apenas a projetar as suas próprias frustrações. É importante criar barreiras emocionais não apenas para a nossa própria sanidade, mas pelo simples facto de que não devemos dar aos outros o prazer de insultar-nos e muito menos permitir que a negatividade deles nos deixe furiosos ou nos estrague o dia.
Em boa verdade, não importa o que as outras pessoas pensam sobre nós, desde que estejamos interessados em viver a nossa vida, sem prejudicar ninguém, e a contribuir de alguma forma para um mundo mais equilibrado.
Eis como pode minimizar o impacto da opinião das outras pessoas em si.
1. As pessoas irão sempre encontrar alguém para falar sobre si. Aceite e deixe ir
Não importa se é alto ou baixo, magro ou gordo, moreno ou pálido, haverá sempre quem irá emitir uma opinião sobre si. Mas, no final do dia, nada disto importa, porque quem está a viver a sua vida é você e não os outros. Não somos todos iguais, não temos as mesmas competências, educação ou talentos. Pelo contrário. Vivemos num mundo amplo e diverso e só as pessoas desligadas das vidas dos outros têm a capacidade de viver realmente, porque em vez de perderem tempo a cuidarem da vida alheia, têm uma vida própria para viverem. Por isso, aceite que haverá sempre quem tem picante na língua e deixe ir. O que valoriza da opinião dos outros é o que irá ter impacto em si e essas pessoas não merecem ter tamanha importância na sua vida.
2. O seu valor não é definido pela validação dos outros
A sua autoestima não é definida por um índice de aprovação ou de validação de outrem. Ninguém conhece a sua história, as suas provações, as suas dificuldades ou o caminho que percorreu até aqui. As pessoas conhecem aquilo que lhes dá a conhecer e a fantasia que criam com o pouco que sabem. É por isso que surgem os boatos e os “diz-que-disse”. Quanto mais crescer, mais alvo de atenções será. Mas se está a evoluir é graças a si, logo não permita que os outros definam o seu próprio valor.
3. Confie em si. Você nunca agradará a todos, por isso nem se canse a tentar
Confie na pessoa que é. As pessoas mais bem-sucedidas do mundo foram ridicularizadas e envergonhadas pela audácia dos seus sonhos ou dos seus projetos. Mas vingaram e tornaram-se alvos de admiração e crítica. Tenha em mente que é literalmente impossível agradar a todos. Não importa qual decisão você tome, alguém ficará chateado. Alguém vai ter uma opinião sobre o seu caminho e sobre as suas decisões. Limite-se a ser você próprio e a ser feliz.
4. Aceite a diferença. O que é bom para outra pessoa pode não ser bom para si
Somos o produto de diferentes experiências, diferentes educações, diferentes valores e crenças. Mas enquanto continuarmos a dar às pessoas o poder de nos afetarem negativamente, elas continuarão a julgar-nos. Não responda. Ignore essa negatividade e essas tentativas desesperadas de chamarem a atenção sobre elas próprias. Persiga os seus sonhos e tome as suas decisões com base no que é bom para você, e não no que é bom para os outros.
5 – Empodere-se emocionalmente
Lembre-se que aquilo que tolera é aquilo que vai ter. Se não estiver a conseguir ter recursos para lidar com determinadas situações, procure ajuda profissional para criar planos de gestão emocional adaptados às suas necessidades. Trabalhe a sua autoestima e o seu autoconceito junto de quem tem formação especializada, estando certo de que irá empoderar-se e ser livre para viver a sua própria vida sem culpa e sem medo da felicidade e do sucesso. Porque merece!
Um artigo da psicóloga clínica e forense Laura Alho, da MIND | Psicologia Clínica e Forense.
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