De acordo com um estudo da Agência Internacional de Investigação do Cancro, o cancro colorretal, a primeira causa de novos doentes oncológicos no país, mata anualmente cerca de 4.000 pessoas, 11 por dia. Em entrevista à edição de outubro da revista Prevenir, Carlos Sottomayor, médico oncologista e diretor do serviço de oncologia do hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, aponta a falta de vigilância como uma das causas.

"Esta tendência está direta e principalmente relacionada com o diagnóstico tardio, estando essa atitude associada à ausência de sintomas na fase inicial da doença e uma fraca adesão aos rastreios preventivos", critica. "É urgente e decisivo que as pessoas entendam que devem ir ao médico e fazer exames mesmo quando não estão doentes, sendo o rastreio essencial no combate ao cancro colorretal", defende mesmo o especialista.

"Enquanto isso não acontecer, teremos de lidar com um elevado número de casos e com o facto da doença apenas ser detetada num estado muito avançado, o que dificulta a eficácia do tratamento e a eventual cura. Perante esse cenário, as estatísticas apontam mesmo para uma taxa de não-sobrevivência de 50%", refere o médico, que é membro da direção da Europacolon Portugal, Associação de Luta Contra o Cancro do Intestino.