O aumento das consultas efetuadas deveu-se “essencialmente” ao facto de estas serem feitas sem a presença dos utentes e com recurso às tecnologias e com a retoma dos rastreios, até agora suspensos, afirmou Carlos Nunes.

Nos meses de março e abril, por força da pandemia, a atividade assistencial diminuiu “bastante”, estimando-se uma redução de cerca de 30%, sublinhou, havendo, a partir de então, uma retoma da mesma que tem vindo a “surpreender”.

A aposta em consultas por videoconferência e telefone faz com que, sobretudo nos casos de doentes de risco, estes não tenham de se deslocar de casa e, assim, não contactem com pessoas que, eventualmente, possam estar infetadas, estando mais protegidas.

O presidente da ARS Norte assumiu que, face ao que era habitual, os utentes notam algumas diferenças, sobretudo quanto às consultas que demoram “mais um bocadinho” do que anteriormente, mas isso está relacionado com as preocupações e as precauções com a covid-19.

“A retoma não foi voltarmos à normalidade anterior, mas uma retoma em que a normalidade é diferentes. Temos de ter agora menos pessoas na sala de espera, os utentes têm de chegar apenas à hora marcada e entre cada consulta os espaços têm de ser higienizados, o que demora mais tempo”, frisou.

Havendo, agora, um maior recurso às tecnologias para estar em contacto com os utentes, a ARS Norte vai reforçar e investir nas comunicações e centrais telefónicas, contou.

Carlos Nunes revelou que, até final de agosto, vão ser distribuídos pelos médicos e enfermeiros telemóveis para aumentarem a comunicação com os utentes, havendo ainda um reforço das centrais telefónicas.

Até final deste mês, nove centros de saúde da região vão ver ser instaladas centrais telefónicas.

O presidente desta entidade acredita que, até ao final do Verão, a instalação destas fique concluída em todos os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do Norte.

Apesar dos cuidados, que são necessários, Carlos Nunes pediu aos utentes para não deixarem de vir aos centros de saúde quando tiverem alguma queixa ou doença em vigilância porque vai ser necessário conviver com a covid-19 durante mais alguns meses.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 544 mil mortos e infetou mais de 11,85 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.631 pessoas das 44.859 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.