Victor Rodrigues estava a ter um dos melhores anos de sempre na LineaMédica, empresa que fundou em 2000, quando a pandemia chegou a Portugal. “Estávamos muito ativos. Estávamos no melhor trimestre até ter chegado a pandemia”, recorda.
A procura de equipamentos de proteção individual (EPI) tanto em ambiente hospitalar como ao nível particular aumentou de forma exponencial com a chegada da COVID-19 em Portugal. A LineaMédica teve de se reestruturar no sentido de corresponder à procura e não deixar os seus clientes hospitalares sem resposta e sem material.
“Em conjunto com o fabricante, a Fapomed, começámos logo a desenvolver soluções que pudessem proteger os profissionais de saúde”, conta. “Conseguimos fazer uma combinação entre a produção e a distribuição e isso deu-nos algum sentido de missão, porque sentimos que também estávamos a trabalhar para combater a pandemia”, explica o diretor-geral da LineaMédica ao SAPO. “Este sentido de missão foi muito importante para os trabalhadores, para os manter motivados”, admite.
“Também fizemos o reajuste do espaço interno na empresa para que as pessoas pudessem continuar a trabalhar com a máxima segurança. Depois providenciámos transportes para os trabalhadores, para poderem deslocar-se para o local de trabalho sem terem de usar os transportes públicos”, conta.
Trocou Medicina por Gestão
Victor Rodrigues estudou a sua primeira paixão, Medicina, durante dois anos, mas acabou por trocar de faculdade. Licenciou-se em gestão de empresas e trabalhou sempre em áreas de negócio relacionadas com a Saúde. “Percebi que gostava mais do mundo das empresas e dos negócios quando estava em Medicina. Troquei de curso e comecei logo a trabalhar numa multinacional sueca no setor da saúde, por isso conciliei o meu gosto pela saúde com minha a área profissional atual”, resume.
Aos 59 anos, Victor Rodrigues conta que a empresa que ajudou a fundar em dezembro de 2000 até cresceu durante a pandemia. “Antes da pandemia éramos 17 trabalhadores, hoje somos 20”, diz. “Por isso, diria que estamos a lidar bem com a atual situação pandémica”, admite.
A LineaMédica é uma empresa portuguesa com 20 anos de experiência no mercado dos dispositivos médico-cirúrgicos e, apesar de estar sediada no Porto, fornece material médico para todo o território continental e ilhas.
“Nós já éramos distribuidores de máscaras e de produtos médicos como batas e outras soluções de proteção clínica. Já tínhamos essas competências”, refere. “Durante a pandemia tivemos de nos adaptar a uma procura maior e específica de equipamento de proteção individual”, revela. “Não era o nosso mercado-alvo, mas decidimos criar uma oportunidade”, acrescenta.
“Aquilo que foi uma resposta de apoio e de adequação da nossa oferta para assegurar os postos de trabalho e dos nossos parceiros, bem como a manutenção da empresa, pode vir a ser muito bem uma nova área de negócio estrutural da empresa”, conclui, adiantando ao SAPO que a LineaMédica já estuda a viabilidade de novas formas de negócio e expansão da empresa.
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