O vice-almirante Gouveia e Melo, que hoje de manhã foi ouvido na Comissão Parlamentar da Saúde, explicou que em junho estava previsto o acesso a 300.000 vacinas da Janssen e só chegaram 146.000 e que este mês estavam previstas 800.000 e serão menos 150.000.
“E isto são coisas que só sabemos a 15, 20 ou 30 dias, no máximo”, afirmou.
Gouveia e Melo falou ainda dos atrasos na entrega da vacina da AstraZeneca, afirmando que depois do acórdão do Tribunal Europeu houve um “ligeiro aumento” nas entregas, mas “nada que compensasse contratos que estavam feitos”.
“O que tem valido é a antecipação no contrato, através da intermediação Infarmed, em relação às vacinas da Pfizer previstas para o 4.º trimestre, que foram antecipadas para o 2.º, o que permitiu reforçar (…) e compensar o plano”, afirmou.
Ainda a propósito de alterações nas previsões das autoridades, o responsável apontou a vacina da biofarmacêutica alemã CureVac, que na semana passada se soube ter conseguido alcançar apenas 47% de eficácia.
“Era para estar disponível no 3.º trimestre e já não estará”, afirmou Gouveia e Melo, acrescentando: “São estas más notícias que nos deixam preocupados”.
O coordenador da ‘task force’ reiterou que são estas alterações nas entregas das vacinas, e não a falta de meios humanos, que têm vindo a condicionar o processo de vacinação contra a covid-19.
“Tenho previsões trimestrais, mas as previsões mais finas são mensais e, muitas vezes, duas semanas para a frente começo a ter algum nevoeiro sobre as vacinas”, afirmou.
Segundo o relatório semanal da vacinação divulgado na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, mais de 2,9 milhões pessoas já têm a vacinação completa e 4,6 milhões foram vacinadas com a primeira dose, o que equivale a 46% da população.
No total, Portugal recebeu 8.604.606 vacinas contra a covid-19, tendo sido distribuídas pelos postos de vacinação e pelas regiões autónomas 7.566.600 doses.
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