A proposta da autarquia vila-condense foi partilhada quarta-feira numa reunião realizada, em Matosinhos, com elementos do Governo, representantes das Autoridades de Saúde, dirigentes de organizações de pesca e vários armadores da região.
"Sugerimos que os pescadores que testaram negativo à COVID-19, mas que têm de ficar em quarentena, façam um regime que, não sendo de isolamento total, os permita trabalhar nos barcos, mas ao final do dia, em vez de irem para casa, recolham a um dos nossos apoios de retaguarda, de onde saírão, no dia seguinte, exclusivamente para a sua atividade", explicou hoje à agência Lusa Elisa Ferraz, presidente da Câmara de Vila do Conde.
A autarca revelou que o local sugerido para acolher, pontualmente, esses pescadores foi a Colónia de Férias de Árvore, localizada junto ao mar e com quartos individuais, sendo que a Câmara assumirá a manutenção e limpeza das instalações e, se necessário, as refeições.
"É uma solução inovadora, mas que pode ser uma alternativa para que a atividade possa continuar e as regras das autoridades de saúde continuem a ser cumpridas. Houve uma abertura para que a proposta fosse analisada", acrescentou Elisa Ferraz.
A autarca partilhou que a reunião foi "muito participada e sensata", dizendo que todos perceberam que "não pode haver medidas excecionais para os pescadores, mas que há sempre abertura para debater soluções inovadores que protejam a saúde pública e, ao mesmo tempo, a necessidade do trabalho".
Elisa Ferraz disponibilizou, ainda, esta solução para outros setores de atividade, nomeadamente pequenas empresas que passem pela mesma situação.
Neste momento há quatro embarcações paradas devido a uma dezena de pescadores de Vila do Conde infetados com COVID-19, o que forçou a que os restantes tripulantes, cerca de 30, mesmo tendo testado negativo ao novo coronavírus, tenham de cumprir quarentena e não possam trabalhar.
A Câmara Municipal de Vila do Conde, juntamente com a congénere do concelho vizinho da Póvoa de Varzim, vai ter, esta tarde, uma reunião com a Administração Regional de Saúde do Norte, para reavaliar a situação do surto que atinge os dois municípios.
Os últimos dados reunidos pela autarquia vila-condense dão conta de cerca de 200 casos ativos de COVID-19 no concelho, sendo que desde o início da pandemia já foram infetadas 596 pessoas no concelho.
Portugal regista hoje duas mortes por COVID-19 e 291 casos confirmados de infeção em relação a quarta-feira, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com o boletim da DGS sobre a situação epidemiológica, desde o início da pandemia até hoje registaram-se 54.992 casos de infeção confirmados e 1.788 mortes.
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