Acérrimo defensor da dieta mediterrânica, Miguel Ángel Martínez-González é um dos mais reputados médicos espanhóis e não pode ver bolachas à frente. "Não há uma única que seja saudável no mercado", justifica o epidemiologista, professor e investigador da Universidade de Navarra, especialista em saúde pública, um crítico dos ingredientes que muitos fabricantes usam na produção industrial deste tipo de produto.
"Utiliza-se a gordura mais barata, como o óleo de palma, têm sempre farinha refinada, corantes, espessantes e conservantes e depois, na etiqueta, [os que as produzem] escrevem o que querem", condena o especialista, que acaba de publicar o livro "Salud a ciencia cierta - Consejos para una vida sana", em declarações ao jornal El Mundo. Uma obra repleta de conselhos para adultos que também não esquece as crianças.
"Os índices de obesidade infantil são terríveis no nosso país", sublinha o médico espanhol. "Os pais são muito permissivos", critica ainda Miguel Ángel Martínez-González. "Preferem dar-lhes doces e sobremesas lácteas cheias de açúcar porque é mais fácil do que lhes descascar a fruta", condena. Na hora de reabastecer o frigorífico e a dispensa no supermercado, o especialista recorre à sua própria experiência para indicar o tipo de produtos que devem ser eliminados das listas de compras do que se preocupam com a saúde e com o que ingerem.
"Evito o corredor das bebidas açucaradas e também toda a zona dos gelados, dos bolos e da pastelaria", revela. A padaria também é um dos locais que procura evitar. "O pão branco é um desastre, sobretudo para as pessoas que sofrem de obesidade. É o pior alimento", critica Miguel Ángel Martínez-González. "É amido puro, de absorção muito rápida, além de ser [um produto] refinado e de ter muito sal", lamenta ainda o especialista.
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