As 13 caixas contendo os 1.020 postais assinados por enfermeiros foram entregues pelo presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), João Carlos Martins, a uma representante do Ministério da Saúde.

A iniciativa do SEP, que fechou a Avenida João Crisóstomo, em Lisboa, em frente ao Ministério da Saúde, integra-se nas comemorações do Dia Internacional do Enfermeiro, uma data que homenageia “o trabalho e o contributo dos enfermeiros pelo seu trabalho na proteção da saúde, no tratamento da doença e na reabilitação dos doentes, famílias e comunidades”.

Envergando t-shirts amarelas, com a inscrição “Quero mudar o DL 71/19”, os enfermeiros vindos de várias partes do país entoaram palavras de ordem como “é tempo de resolver, os pontos devolver”, “o tempo trabalhado tem que ser contado” e a “luta continua”.

Alguns seguravam faixas com as suas reivindicações, como “Valorizar os enfermeiros. Fortalecer o SNS” e “Progressão e promoção” e outros balões amarelos e pretos e bandeiras azuis e vermelhas do SEP, sob o olhar atento de vários agentes da PSP.

João Carlos Martins disse à Lusa que são esperados cerca de 220 dirigentes e delegados do SEP na concentração que prosseguiu em desfile do Ministério da Saúde para o Campo Pequeno, onde será comemorada a data com música, testemunhos de enfermeiros e um piquenique.

“Hoje é o Dia Internacional do Enfermeiro e estamos simultaneamente a comemorar, por um lado, e a reivindicar, como é natural, por outro”, disse o presidente do SEP, sublinhando que a reivindicação é “a justa contagem de pontos”.

José Carlos Martins adiantou que dois anos e meio de ações e intervenções do SEP levaram “a que a não contagem quanto aos enfermeiros se tornasse politicamente insustentável”.

“O governo teve que assumir que é para contar pontos. Está aberto o processo negocial de um decreto-lei específico para os enfermeiros com vista a contar esses pontos e a próxima reunião negocial, em que será apresentada a primeira proposta por parte dos Ministério da Saúde, é no dia 25 de maio”, avançou à Lusa.

Hoje, sustentou, “exigimos que esse diploma de contagem de pontos consagre todas as soluções para as inúmeras situações de injustiça que existem”.

O SEP recordou o mais recente estudo sobre as condições de vida e de trabalho dos enfermeiros em Portugal, que apresenta dados para os quais tem “sistematicamente alertado, mas que têm sido desvalorizados pelos decisores políticos”.

Um dos dados do estudo afirma que “o índice (para toda a classe) de exaustão é elevado, 3,42 pontos (bastante acima do valor de 2 pontos, considerado normal)".

“Existe uma percentagem de profissionais em níveis de exaustão emocional muito elevada, 32,3% no escalão 3, 15,5% no escalão 4 e 1,57% no escalão 5, todos estes muito preocupantes”, sublinha o SEP.