Aqueles alimentos revelaram-se particularmente indicados para estimular as bactérias saudáveis do organismo de crianças gravemente desnutridas. Essa seria a chave, de acordo com o estudo, para que os ossos, o cérebro e o corpo das crianças, de uma maneira geral, se tornem mais propensos a crescer de forma saudável.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a desnutrição infantil é um problema crítico de saúde global que atinge mais de 150 milhões de crianças em todo o mundo, sendo responsável por quase metade das mortes de crianças com menos de cinco anos, cita a radiotelevisão britânica BBC.
Além de serem fracas e pequenas, muitas crianças desnutridas têm comunidades de bactérias "incompletas" ou "imaturas" nos seus intestinos, em comparação com crianças saudáveis da mesma idade, o que diminui a sua capacidade de se desenvolverem de forma saudável, quer do ponto de vista físico, quer mental.
Os investigadores responsáveis pelo estudo levado a cabo no Bangladesh acreditam que esta microbiota "imatura" pode ser a razão que explica a falta de crescimento das crianças. Mas nem todos os alimentos são igualmente eficazes para resolver o problema, informa a BBC.
Os cientistas estudaram então os principais tipos de bactérias presentes na microbiota intestinal de crianças no Bangladesh e fizeram uma experiência para ver que grupos de alimentos estimulavam essas bactérias em camundongos e porcos.
No estudo, os investigadores testaram durante um mês diferentes combinações de dietas em 68 crianças com idades entre os 12 e 18 meses. Após acompanharem a recuperação das crianças, uma dieta destacou-se entre todas: a que era composta por pasta de banana, soja, farinha de amendoim e grão-de-bico.
Segundo os cientistas, essa dieta - barata em praticamente todo o planeta - estimulava os micro-organismos presentes no intestino ligados ao crescimento dos ossos e ao desenvolvimento do cérebro e sistema imunitário.
A investigação foi conduzida por Jeffrey Gordon, professor da Universidade de Washington, em parceria com o International Centre for Diarrhoeal Disease Research, em Dhaka. Outras dietas, ricas em arroz ou lentilhas, por exemplo, não funcionaram tão bem. Jeffrey Gordon refere no estudo que ainda não é totalmente claro por que motivos alguns alimentos funcionaram melhor que outros.
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