Em declarações à agência Lusa, o primeiro subscritor da petição "Devolver a autonomia ao Hospital dos Covões do Centro Hospitalar de Coimbra - Pelo direito ao acesso a cuidados de saúde de qualidade" disse que aquela unidade de saúde tem sido destruída "a pouco e pouco".
"Após nove anos de fusão, as pessoas estão cansadas e têm vindo protestar para a rua porque a assistência médica não está em condições, com os doentes mal tratados e listas de espera intermináveis, não por culpa dos profissionais, mas da política de saúde seguida na região Centro", frisou o signatário, depois de ter sido ouvido na manhã de hoje na Assembleia da República.
Segundo Carlos Costa Almeida, a região Centro deve ter dois hospitais centrais a funcionar em Coimbra, porque a sua população é superior a dois milhões de utentes e aquela cidade continua a ser a maior da região, com "a segunda maior universidade do país" e uma faculdade de Medicina muito grande".
"Evidentemente que Coimbra é a cidade com melhores condições para ter dois hospitais centrais. Tem uma Faculdade de Medicina muito grande, várias escolas de saúde e enfermagem e institutos de investigação", sublinhou.
Para o médico e professor universitário, a "única solução é terminar com a fusão, que não deu resultado, embora seja já um bocadinho tarde, mas mais vale tarde do que nunca", pois continua a "haver necessidade de dois hospitais centrais".
A petição que trata de "Devolver a autonomia ao Hospital dos Covões do Centro Hospitalar de Coimbra - Pelo direito ao acesso a cuidados de saúde de qualidade" deu entrada na Assembleia da República no dia 01 e é subscrita por 4.493 peticionários.
As audições no Parlamento iniciaram-se hoje, pelos peticionários, continuando nas próximas semanas com a Administração Regional de Saúde do Centro e o conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
Na segunda-feira, um grupo de deputados liderado pelo social-democrata Maló de Abreu, eleito por Coimbra e designado relator da petição, visitou o Hospital dos Covões, acompanhado pelo novo presidente do conselho de administração do CHUC, Carlos Santos.
No final da visita, o parlamentar do PSD salientou que "Coimbra, a região e o país têm no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) um grande centro de medicina que não pode ser desmembrado".
"Todas as partes têm de estar fortes e a trabalhar em escala. Os braços e as pernas deste corpo têm de estar a funcionar em pleno", frisou o parlamentar, a propósito do CHUC, que agrega os Hospitais da Universidade de Coimbra, Hospital dos Covões e Hospital Pediátrico, além das maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto, e do hospital Sobral Cid.
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