Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, Manuel Pizarro disse que “o objetivo do Governo é que cada português tenha acesso a uma equipa de saúde familiar”, mas “outra coisa” é o recurso “transitório” a “outros médicos”.
“Será que transitoriamente para facilitar o acesso aos cuidados de saúde primários, enquanto não pudermos ter uma equipa de saúde familiar para todos podemos contar com a participação de outros médicos? Poderemos contar, mas não vamos confundir as coisas”, disse o ministro.
Já à pergunta se esses médicos que não são médicos especialistas em medicina geral e familiar terão lista de utentes, Manuel Pizarro disse perentoriamente: “Evidentemente que não”.
“Uma coisa é uma equipa e saúde familiar e outra coisa distinta é, não sendo ainda possível – e nos próximos dois a três anos não vai ser possível – garantir uma equipa de saúde familiar para todos os portugueses, podermos criar mecanismos que facilitem o acesso aos cuidados de saúde primários recorrendo a médicos que não são especialistas”, explicou.
Antes, num discurso feito na cerimónia de apresentação da equipa diretiva do novo Conselho de Administração do IPO do Porto para o mandato 2022/2024, Manuel Pizarro falou do Orçamento do Estado (OE) para 2023, garantindo que este tem a “maior dotação de sempre para a saúde”.
Reiterou que o Ministério da Saúde espera contratar este ano 400 a 500 médicos de família e abrir 1.000 vagas para especialistas.
Manuel Pizarro também falou da renegociação das carreiras com os médicos como forma de motivar os profissionais, tendo sido, já à margem da sessão, confrontado com questão idêntica sobre os enfermeiros.
“A negociação com os enfermeiros vai-se iniciar ainda antes da negociação com os médicos e tenho expectativa de que vamos ter resultados muito positivos a muito curto prazo”, afirmou.
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