“Madrid ergue-se pela sua saúde pública. Contra a destruição dos cuidados primários” foi o slogan da marcha que reuniu cerca de 200 mil pessoas, segundo as estimativas do Governo, número que os organizadores elevam para 670 mil, embora, num primeiro cálculo, indicassem que seriam cerca de 300 mil participantes.
Quatro colunas de manifestantes partiram de quatro locais diferentes – Nuevos Ministérios, Atocha, Ópera e Hospital de La Princesa – para convergirem na Praça de Cibeles, noticiou a agência EFE.
Gritando “saúde pública”, “Ayuso, demissão” e ”menos discursos e mais recursos”, os manifestantes ergueram lenços brancos e acusaram a presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso (PP), de destruir os cuidados primários, que se debate com longos tempos de espera de acesso e precariedade laboral dos profissionais de saúde.
O ministro da Saúde da Comunidade de Madrid, Enrique Ruíz Escudero, afirmou que a manifestação foi “politicamente encorajada” por parte do Mais Madrid e reiterou que o protesto “não condiciona” o trabalho do executivo regional, que procura um acordo com os sindicatos do setor.
“O problema dos profissionais, especialmente dos médicos de família, não ocorre só em Madrid, mas em todas as comunidades autónomas”, disse o governante.
Um dos pontos de partida foi o Hospital de La Princesa, onde o pessoal de saúde de serviço, junto às janelas, respondeu com aplausos e ergueu os punhos à ovação que os manifestantes lhes dedicaram no início da marcha.
Milhares de médicos também participaram na manifestação para alertar que precisam de mais recursos e pessoal para realizar o seu trabalho, salientando que a situação está no “limite” e que têm sido “muitos anos” a suportar “muita pressão”, noticiou a agência EFE.
Representantes dos partidos de esquerda na Assembleia de Madrid criticaram Ayuso pela sua gestão das urgências extra-hospitalares e dos cuidados primários e exigiram que altere a sua política em benefício da saúde pública.
A porta-voz do Más Madrid na Assembleia, Mónica García, médica, disse aos jornalistas que Ayuso deve assumir responsabilidades políticas.
“Ou o ministro da Saúde sai ou todo o Governo do PP sai, porque o que eles estão a fazer é um fracasso sem precedentes”, disse Mónica García.
Após a marcha, em declarações enviadas à comunicação social, o porta-voz do PP na Assembleia de Madrid, Pedro Muñoz Abrines, considerou a manifestação um “fracasso”, alegando que “99% dos madrilenos” não a apoiaram.
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