A Dieta Mediterrânica é um dos padrões alimentares que tem sido associado a benefícios para a saúde, incluindo a redução da incidência de cancro. O aumento do consumo de alimentos ricos em fibra, como a fruta, hortícolas e cereais integrais, o azeite como fonte preferencial de gordura para tempero e confeção, o consumo moderado de laticínios, a utilização de ervas aromáticas em detrimento do sal, o consumo frequente de peixe e baixo de carnes vermelhas, o consumo moderado de vinho e a água como principal bebida ao longo do dia são algumas das recomendações do padrão alimentar mediterrânico.

Por outro lado, é importante limitar o consumo de bebidas açucaradas, produtos refinados e fast food. Embora possam estar envolvidos na alimentação, não devem fazer parte da rotina diária.

É fundamental não promover dietas muito restritivas, que podem levar a deficiências nutricionais. É essencial também frisar que não existem alimentos “milagrosos”, nem alimentos proibidos. O que devemos é privilegiar determinados alimentos e moderar o consumo de outros. Dietas com baixa palatibilidade e pouco apelativas tendem a ter uma baixa adesão, o que pode aumentar o risco de desnutrição.

No que diz respeito à relação entre alimentação e reforço do sistema imunitário, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos não autorizou qualquer alegação de saúde a um alimento que seja considerado essencial para o reforço do sistema imunológico.

No entanto, é importante salientar que não consumimos nutrientes de forma isolada, mas sim alimentos que contêm vários macro e micronutrientes que intervêm em diversos mecanismos metabólicos, fisiológicos e celulares que ocorrem no nosso organismo. Deste modo, uma alimentação equilibrada, variada e completa é crucial para garantir o funcionamento normal do sistema imunológico.

Além disso, sempre que necessário, pode existir a necessidade de adaptar a alimentação em termos de consistência – como alimentos líquidos, pastosos, entre outros - e de volume – por meio do fracionamento de refeições ao longo do dia, privilegiando o consumo de alimentos de alta densidade energética em pequenos volumes.

Um artigo da nutricionista Beatriz Vieira, coordenadora da Unidade de Nutrição Clínica do Hospital Lusíadas Amadora.