Olhemos para a Roda dos Alimentos e vamos perceber porque é a água um nutriente fundamental para o nosso organismo. É no centro deste mapa visual para uma alimentação equilibrada que vamos encontrar o elemento líquido, ou se quisermos o H2O.

Nos seres humanos, o consumo de água faz-se por várias vias, seja através da ingestão da própria; por meio de outro tipo de bebidas (como exemplo, os chás) e, não tão óbvio, mas igualmente importante, através dos alimentos.

Não incluímos aqui o consumo de águas e bebidas com açúcar, sumos de fruta e refrigerantes. Em extremo, não consumindo água, optemos, em quantidade moderada, por chás e tisanas. Sublinhe-se, sem açúcar.

Dada a evidência do consumo de água, é comum a preocupação e pergunta decorrente: “será que estou a consumir a quantidade necessária de água por dia?” A forma mais fácil de verificar se estamos a fazer uma ingestão de água adequada às nossas necessidades diárias é observar a urina. Esta deve apresentar-se inodora e quase incolor (uma tonalidade amarela clara).

roda dos alimentos
A água, elemento central na Roda dos Alimentos. créditos: @Direcção-Geral da Saúde

Antes de entrarmos nas regras elementares para o consumo de água propriamente dita, temos de reter que há alimentos ricos em água, particularmente os produtos frescos, como frutas e hortícolas e as sopas ou refeições com caldos. Neste âmbito, cabem as cataplanas, jardineiras, caldeiradas, entre outros pratos caldosos.

No que respeita às necessidades hídricas, há que perceber a singularidade de cada caso. Todos temos necessidades diferentes (dependendo, por exemplo, da atividade física) e em diferentes épocas do ano, particularmente em períodos de mais calor.

Tomemos como regra que o consumo de água deve corresponder a 1 ml por cada Kcal. Façamos, então, as contas. Significa que face à necessidade média de 2000 Kcal por dia, devemos ingerir cerca de 2 l de água por dia.

Pode, ao leitor parecer muito. Não esqueça, porém, o que foi referido anteriormente. Uma parte desta água está presente nos alimentos. Ou seja, a ingestão efetiva de água deve situar-se entre os seis a oito copos por dia (aproximadamente entre 1,2 a 1,6 l por dia).

Mas, quantas vezes as rotinas diárias nos afastam deste propósito? Acabamos por esquecer o consumo de água. Há, assim, que encontrar estratégias para acertarmos a nossa agenda diária com o consumo de água. Uma delas, beber água logo após a expelirmos através da urina. Desta forma criamos um ritmo de ingestão/eliminação que nos ajuda a regular o consumo.


Cláudia Viegas é Professora Adjunta na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. Os seus principais interesses de investigação estão relacionados com Alimentação em contexto de Hotelaria e Restauração na relação com a Saúde Pública, Promoção e Proteção da Saúde e Estilos de Vida.