A vitamina D ou calciferol é uma substância derivada do colesterol que funciona como uma hormona e tem grande importância para o metabolismo do cálcio. É produzida e ativada no organismo através da luz solar e ultravioleta (UV), cuja absorção é feita maioritariamente pelo intestino e pele.
A forma 25-didroxicalciferol produz efeitos benéficos para a saúde e é aconselhável a sua administração.
A sua deficiência está implicada no raquitismo, osteomalacia, diabetes, artrite reumatóide, esclerose múltipla, infeções, doenças cardiovasculares e cancro. Durante 750 milhões de anos, o fitoplâncton presente nos oceanos através da fotossíntese, permitia a fixação do cálcio nos seres aquáticos. Com a evolução das espécies para os meios terrestres, a exposição solar tornou-se imprescindível para prevenir a falta de cálcio.
Assim, em locais com menos radiação solar, a pele, cabelos e olhos tornaram-se mais claros, garantindo o maior aproveitamento da luz e da vitamina D. Em Outubro de 1918, uma criança raquítica foi curada após a sua exposição à luz UV durante uma hora, duas vezes por semana, durante seis semanas. Foi o primeiro indício de que a luz era importante para a bioquímica humana. Só em 1921 é que Hess & Unger demonstraram cientificamente que o sol era o responsável pela extinção definitiva dessa doença.
Atualmente, uma grande controvérsia segue em torno da suplementação com vitamina D.
O facto é que estudos desenvolvidos pelo maior investigador da área, professor doutor Michael Holick, demonstram que a maioria das pessoas tem deficiências nesta vitamina e vive em países localizados acima de 30º Norte, onde não há quantidade suficiente de radiação UVB, acrescido de longos períodos de inverno, época de menos luz.
Portugal, mesmo sendo um país repleto de sol, pela sua localização (39º 30' N), está incluído neste grupo.
Os obesos também requerem duas a três vezes mais vitamina D, pois possuem 35 por cento menos dela, que se armazena na gordura, não sendo distribuída ao resto das células. O nível de vitamina D é ainda 75 por cento menor aos 70 anos. Segundo o Dr. Holick, todos devem apanhar sol nos braços e pernas, durante cinco a quinze minutos, duas a três vezes por semana, utilizando no rosto um fator de proteção solar 30.
Os negros devem expor-se ao sol cinco a dez vezes mais dada a sua cor de pele. Num hospital de Boston, 76 por cento de 40 mulheres prestes a dar a luz, suplementadas com 600 UI de vitamina D e dois a três copos de leite por dia, apresentavam deficiência desta vitamina, assim como 81 por cento dos seus bebés. O leite materno só contém 25 UI/L de vitamina D. A dosagem ideal da vitamina é de 1000 UI/dia para adultos e 400 UI/dia para crianças. O salmão selvagem é sua maior fonte alimentar.
A intoxicação só surge em doses extremas (150 ng/mL) e não é provocada pelo aumento da exposição solar. Passear ao sol eleva a produção de vitamina D, que regula o crescimento celular, 2000 genes, protege dos cancros de cólon, próstata e mama e dá prazer. Aproveite o sol com sabedoria!
Texto: Roni Moya
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