Há aplicações do iogurte menos ortodoxas mas nem por isso menos benéficas. É o caso do seu uso para prevenir e combater a candidíase, uma afeção causada pela proliferação, na vagina, do fungo cândida albicans. A aplicação local de iogurte é uma mezinha caseira insólita mas funciona, garante Maria do Céu Santo, ex-coordenadora do Núcleo de Medicina Sexual da Sociedade Portuguesa de Ginecologia.
"A acidez do iogurte, rico em lactobaccillus, ajuda a reequilibrar o pH da vagina que é alterado quando há proliferação de cândida", refere a médica ginecologista, habituada a lidar com o problema. "Nas minhas consultas, indico às minhas pacientes com candidíase esta alternativa. Deve usar-se iogurte natural e a aplicação pode ser feita com uma colher ou com uma seringa de chantili", defende a especialista.
A utilização deste alimento como agente lubrificante em situações de masturbação feminina e em relações de sexo oral entre casais surge também, muitas vezes, em fóruns de discussão na internet. Um estudo do Instituto de Technologia do Massachusetts, MIT na sigla americana, levado a cabo com 40 ratos do sexo masculino e outros tantos do sexo feminino em 2012, sugere ainda que o consumo regular de iogurte ajuda a otimisar a performance sexual de homens e mulheres. As principais alterações foram registadas nos machos.
Segundo a revista Scientific American, o grupo de ratos que ingeriu iogurte de baunilha exibia, no final, uns testículos 5% maiores e 15% mais pesados, reagia melhor e mais rapidamente aos estímulos sexuais e registava uma maior propensão para a procriação. A bióloga Susan Ederman, uma das autoras desta investigação, justifica a diferença com "a quantidade de micróbios probióticos presentes neste alimento".
Texto: Bárbara Bettencourt e Luis Batista Gonçalves (edição digital) com Maria do Céu Santo (médica ginecologista e ex-coordenadora do Núcleo de Medicina Sexual da Sociedade Portuguesa de Ginecologia)
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