Antes de se concentrarem, ao final da manhã de hoje, no Polo I da Universidade de Coimbra, no pátio coberto que liga os departamentos de Química e de Física, alguns membros dos movimentos envolvidos na ação – movimento Greve Climática, Extinction Rebellion (XR) e ClimAção Centro – entregaram na Câmara Municipal de Coimbra um pedido à autarquia para emitir uma declaração de emergência climática em Coimbra.
Na declaração de emergência climática, a Câmara deve indicar “as medidas concretas a adotar para responder à situação”, disse à agência Lusa Carlota Houart, estudante da Faculdade de Economia de Coimbra e membro do XR.
Além da declaração, a Câmara também já deveria ter um plano de descarbonização, sustentou Miguel Dias, alertando que são necessárias e urgentes “medidas concretas e a [sua] monitorização”.
A Câmara de Coimbra, tanto quanto se sabe, “não aderiu ao projeto pegada ecológica [para os municípios portugueses]”, lamentou ainda aquele membro do ClimAção Centro, sustentando, por outro lado, que o plano de descarbonização da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra (que abrange 19 concelhos), “além de insuficiente”, continua a sem ser levado à prática.
Durante cerca de uma hora, os manifestantes, essencialmente estudantes universitários, sentados no chão, refletiram, em silêncio, sobre questões climáticas e, depois, debateram os problemas que as alterações climáticas colocam a Portugal e ao mundo e as medidas que se impõem não apenas em termos gerais, mas também no plano individual.
Rodeando um caixão – “metáfora daquilo que acontecerá”, sobretudo às gerações mais novas, se entretanto não forem adotadas medidas que mitiguem ou, pelo menos, atenuem os efeitos das alterações climáticas – os manifestantes alertaram, designadamente, para a “falta de ação governamental” para responder à situação em Portugal, disse, igualmente em declarações à agência Lusa, Duarte Antão, estudante da Escola Superior de Educação de Coimbra e membro do movimento Greve Climática.
Embora reconheça que a iniciativa em Coimbra mobilizou poucas pessoas, Duarte Antão considerou que “há muita gente preocupada e desperta para a situação”, como revelaram, por exemplo, as manifestações de maio e setembro deste ano na cidade.
O facto de esta ser uma época de avaliações nos ensinos secundário e superior explica a fraca adesão registada hoje, também devida à circunstância de hoje ser sexta-feira, dia em que muitos universitários deixam Coimbra para passar o fim de semana em suas casas, fora da cidade, como, de resto, deixavam entender diversos participantes na concentração, que transportavam malas de viagem, alguns dos quais abandonarem a manifestação para apanhar os respetivos transportes públicos.
A Greve Climática Global realiza-se hoje em 157 países, e, na sua quarta edição, tem como principal objetivo mobilizar os jovens a participar na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019 (COP25).
São esperados mais de cem mil manifestantes na greve climática, segundo estimativas do ‘site’ oficial do movimento FridaysForFuture, e os protestos pretendem convencer o máximo de pessoas a ir à COP25, que se inicia em Madrid na segunda-feira.
Em Portugal, estavam previstas para hoje greves em diversas localidades, designadamente em Lisboa, Porto, Santarém, Portalegre e Évora, além de Coimbra.
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