Em declarações à agência Lusa, Francisco Figueiredo, da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), contou que há mais de duas centenas de cantinas escolares encerradas e que “algumas escolas não estão a funcionar, embora poucas, e grande parte não funcionará da parte da tarde”.
“Além desta adesão no setor escolar, temos também uma grande adesão nos centros de formação do Instituto do Emprego e Formação Profissional, com as cantinas encerradas no Porto, em Viana do Castelo, Coimbra, Viseu e Bragança”, acrescentou.
O responsável apontou ainda uma “grande adesão” no setor hospitalar, com algumas cantinas de hospitais apenas com serviços mínimos, assim como o encerramento de cantinas de algumas fábricas, dando o exemplo da Central de Cervejas.
“Ainda estamos a fazer o levantamento completo”, explicou.
No setor industrial, a federação fala igualmente numa "grande adesão" nalgumas cantinas, mas reconhece que, globalmente, "a adesão é menor".
A greve dos trabalhadores de cantinas, refeitórios, fábricas de refeições, áreas de serviço e bares concessionados, que hoje decorre, serve para exigir aumentos salariais, defender os direitos dos trabalhadores e lutar pela negociação do contrato coletivo de trabalho.
“A associação patronal AHRESP tem vindo a adiar sucessivamente as reuniões de negociações. Além disso, a AHRESP insiste na retirada direitos importantes destes trabalhadores, como o subsídio noturno, quer reduzir o pagamento do trabalho suplementar, o trabalho em dia feriado e em dia de descanso semanal”, refere a FESAHT, em comunicado.
Na nota, a federação lembra que a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) pretende ainda “impor horários de trabalho de 12 horas diárias, horários concentrados e bancos de horas”.
“A proposta de aumentos salariais para 2022 da AHRESP é inaceitável, insistindo numa politica de salários baixos ao ponto de pretender colocar os cozinheiros a receberam praticamente o Salário Mínimo Nacional (SMN)”, considera a FESAHT, recordando que a AHRESP não assina revisões salariais com esta federação desde 2003.
A AHRESP “tem-se servido da UGT para assinar tabelas salariais baixas ao longo destes quase 20 anos, com grandes perdas de direitos dos trabalhadores e de poder de compra face ao salário mínimo nacional”, insiste.
Numa moção hoje aprovada, os trabalhadores em greve que se concentraram na sede e delegações da AHRESP, manifestam o seu repudio pelas posições da AHRESP e exigem "aumentos salariais justos e dignos, a valorização das carreiras profissionais, respeito pelos direitos dos trabalhadores, a negociação imediata do contrato coletivo de trabalho e a manutenção de todos os direitos nele consagrados".
Decidiram ainda, "caso não haja uma resposta positiva às suas reivindicações, mandatar os sindicatos para convocarem novas formas de luta", refere o documento.
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