A disfunção erétil, vulgarmente designada impotência, é um problema que afeta muitos homens. Apesar de se estimar que esse número atinja cerca de 500.000 em Portugal, não se circunscreve à esfera masculina, uma vez que também afeta a vida sexual das respetivas companheiras e até dos companheiros, no caso dos homossexuais e dos bissexuais. Nos últimos anos, a ciência encontrou uma forma de contornar esta disfunção.
Tem-lo feito através da prescrição de medicamentos que aumentam o nível de óxido nítrico no organismo. O alho, um alimento muito utilizado na gastronomia portuguesa, relaxa o tecido muscular nas paredes dos vasos sanguíneos do pénis, facilitando o fluxo sanguíneo e, por conseguinte, a ereção. Agora, parece que o alho poderá fazer-lhes concorrência, graças à alicina, um dos seus compostos, afirmam especialistas.
Os componentes ativos que facilitam a ereção
Está provado que o alho diminui os níveis de colesterol no sangue. Para além disso, evita e reduz a formação de placas de ateroma, que tendem a aumentar com a idade. Este alimento, que por uma questão de hálito deve ser ingerido fora dos momentos de intimidade sexual, é ainda um antiagregante plaquetário similar à aspirina. Além disso, também potencia a produção de óxido nítrico.
Essas ações melhoram a circulação sanguínea e facilitam a ereção. Com o caminho mais desimpedido, o sangue pode chegar mais facilmente ao pénis e, ao encontrar os vasos mais relaxados, graças ao óxido nítrico, aumenta o fluxo sanguíneo de toda a zona genital masculina. Este efeito benéfico sobre a circulação sanguínea estende-se a todo o corpo, algo que não acontece com os medicamentos para o tratamento da disfunção erétil.
As provas científicas já apresentadas
Em estudos anteriores que analisavam o efeito do alho sobre o sangue, alguns homens explicaram que tinham notado também uma melhoria na ereção. Este dado levou os investigadores a comprovar a eficácia do alho na disfunção erétil. Vários homens foram submetidos a uma dieta que incluía a ingestão diária de três dentes de alho. Ao cabo de duas semanas de estudo, dois deles já haviam notado uma melhoria.
E um outro já havia experimentado ereções matinais, as primeiras em vários anos. Os cientistas não têm dúvidas. Cada vez há mais provas de que o consumo regular de alho melhora alguns tipos de diabetes, uma causa potencial da disfunção erétil, uma vez que danifica os nervos do pénis, tornando-o menos sensível. A alicina é uma substância que se liberta quando se corta ou esmaga o alho.
Assim, quando quiser incluí-lo nos seus pratos, prefira-o cru e pouco cozinhado, não ultrapassando os 10 minutos, para obter as máximas propriedades circulatórias. O cardilogista Johannes Hinrich von Borstel, autor do livro "Heart: The inside story of our body’s most important organ", aconselha o consumo diário deste alimento, ralando-o e bebendo-o com água, para melhorar a saúde do coração e para aumentar a libido.
Texto: Fernanda Soares com Luis Batista Gonçalves (edição digital)
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