Para que seja percetível a olho humano a falta de cabelo, a queda ou perda do mesmo tem que atingir 50% do número total de cabelos.
O cabelo emerge do couro cabeludo em unidades foliculares, cada uma contendo até quatro cabelos, sendo que, em média, 20% contém apenas um, 45% contém dois, 30 % contém três e 10% contém quatro ou mais cabelos.
Sabe-se que é uma realidade e que existem muitos fatores que contribuem para a queda do cabelo e para a subsequente calvície.
Existem diferentes tipos de Alopécia e há quase tantas causas como espécies ou variantes desta patologia, sendo que podemos, à partida, distinguir a Alopécia aguda de uma Alopécia crónica e definitiva.
A Alopécia aguda é reversível e pode ser provocada por diversas situações que geram danos no couro cabeludo, como por exemplo o stress, défices nutritivos, bactérias ou fungos, desequilíbrios hormonais, uso excessivo de fontes de calor ou substâncias tóxicas (gel, laca, cera). Também os tratamentos medicamentosos e com radiação, como os usados em terapias de patologias paralelas, podem causar uma queda aguda de cabelo. Retirado o fator desencadeante da queda, o cabelo volta a nascer saudável.
Diariamente, perdemos 50 a 100 cabelos, mas a maior parte desse cabelo volta a nascer, isto porque a unidade folicular se manteve intacta. Por outro lado, temos a queda irreversível do cabelo, aquela em que o mesmo não volta a ser substituído por cabelo novo, designada por Alopécia crónica. Existem vários tipos de Alopécia crónica, sendo que, na grande maioria dos casos, a queda de cabelo é causada por uma combinação de vários fatores, no âmbito dos quais o fator genético é o mais determinante, conduzindo à chamada Alopécia androgenética.
Aos 50 anos de idade este tipo de Alopécia afeta cerca de 50% dos homens e cerca de 30 a 50% das mulheres, agravando-se com o avançar da idade. Nestes casos, a única solução definitiva para conseguir o visual anterior e recuperar a área calva é o recurso ao transplante capilar.
Cada paciente deve ser objecto de uma exaustiva avaliação para que se possa determinar a variante de calvície que o afeta. A densidade capilar é um dos fatores mais importantes a ter em conta na avaliação do paciente, sendo determinante para definir a quantidade de cabelo a transplantar.
Depois de avaliada a designada área doadora (zona posterior e laterais da cabeça) estrutura-se o plano a seguir para solucionar o problema do paciente, consoante o seu grau de calvície e aquilo que pretende.
É possível, num só procedimento, serem retirados cerca de 4000 unidades foliculares, o que corresponde a mais de 9000 cabelos, permitindo-nos preencher grande parte da área calva e devolver ao paciente a imagem que idealizou.
Um artigo de Joana Sousa Coutinho, médica e diretora clínica da Insparya Lisboa.
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