Os avós, regra geral, trazem doçura à infância, representam segurança e proteção de uma forma tendencialmente leve e afetuosa. É, à ‘boleia’ dos avós, que muitas vezes as crianças se reinventam e se permitem ser elas próprias de uma forma mais genuína e espontânea.
Por isso, na construção de tudo aquilo que uma criança é, há algumas áreas de desenvolvimento em que os avós são fundamentais e podem fazer a diferença para uma criança, das quais destacamos:
1 - Sentimento de pertença - todas as crianças precisam de sentir que pertencem a uma família, que há um ‘ninho’, que as protege e as mantém seguras independentemente das contrariedades que possam surgir. E, é muitas vezes nos avós que as crianças encontram esta certeza inabalável, uma vez que os avós ao mesmo tempo que remetem para um estado de maior segurança, permitem movimentos de maior liberdade.
2 - Construção de identidade - à medida que crescem as crianças vão-se redescobrindo, vão-se conhecendo cada vez melhor e vão consolidando a sua identidade. Neste aspeto, os avós trazem consigo muitas histórias familiares, ligam o passado ao presente junto dos netos, permitindo-lhes crescer a olhar para o futuro, com um conhecimento da sua raiz familiar. Sendo que conhecer e valorizar a sua história familiar é essencial para o desenvolvimento da identidade de uma criança.
3 - Expressão emocional - os avós, tendem a viver mais livre de medos e de preconceitos, por isso, acabam por aceitar mais facilmente tudo aquilo que os netos transmitem sem julgamentos, sem imposições e sem restrições. Aliado a isto, os avós têm tendência a dar mais colo aos netos e a compreendê-los emocionalmente, factor essencial ao desenvolvimento da capacidade das crianças expressarem as suas emoções de forma fluída e natural.
Por tudo isto, os avós são fundamentais e garantem aos netos um crescimento mais saudável, mais feliz e mais autêntico. Sendo muito claro que, sempre que uma criança tem a possibilidade de partilhar o seu crescimento com os avós, tem também mais uma alavanca para o seu bem-estar e desenvolvimento.
Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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