“Estamos a trabalhar de perto com as autoridades do Maláui para conter o surto de cólera, que é uma doença prevenível e tratável desde que se tenham as ferramentas”, afirmou o diretor interino do Africa CDC, Ahmed Ogwell, numa conferência de imprensa.
“Receamos que a doença possa cruzar as fronteiras do Maláui e começar a afetar outros países vizinhos, especialmente Moçambique”, acrescentou o responsável, citado pela agência Efe.
No encontro virtual, Ogwell admitiu “grande preocupação” pelos vários surtos de cólera que existem neste momento em África, como no Maláui, Burundi, República Democrática do Congo (RDCongo), Moçambique e Quénia, entre outros, nos quais já causaram mais de 19 mil infeções este ano.
“O país mais afetado é o Maláui”, vincou, apontando para uma mortalidade de 3,5% desta doença, mas salientando que o problema não está apenas neste país.
“Podem aparecer novos surtos de cólera já que muitas partes do continente se aproximam das suas temporadas de chuva, o que significa que o acesso a água potável e segura será ainda mais difícil para muitas pessoas”, salientou.
Pelo menos 1.023 pessoas já morreram no Maláui desde março devido ao surto de cólera que atinge todo o país, de acordo com as autoridades, que dão conta de mais de 31 mil infeções.
A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida – sendo causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.
A cólera já causou a morte a 16 pessoas em Moçambique.
“Nós temos um cumulativo de 1.376 casos de cólera e 16 óbitos, que correspondem a uma taxa de letalidade de 1,2%”, disse Domingos Guiole, do departamento de vigilância em saúde pública no Ministério da Saúde (Misau) moçambicano, citado em 16 de janeiro pela televisão privada STV, o que levou o Presidente da República, Filipe Nyusi, a defender que sejam “redobrados os cuidados de higiene”.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cólera continua a ser “uma ameaça mundial para a saúde pública e é um indicador de iniquidade e falta de desenvolvimento”.
Comentários