O Movimento Bloom, que pelo segundo ano consecutivo lidera a campanha Dia de Aulas ao Ar Livre, considera que o tempo dedicado no exterior dentro do horário escolar é das iniciativas mais importantes que as escolas nacionais podem fazer para combater a crescente crise de problemas relacionados com a saúde mental das crianças e dos jovens.
Novas descobertas suportadas pelo relatório “Playtime Matters” publicado pela organização Semble, mostram que 61% dos professores à escala mundial considera que brincar ao ar livre é extremamente importante para o bem-estar global das crianças. E os diretores de escolas que deram prioridade ao tempo ao ar livre concordam com essa ideia. Anabela Ferreira Marques professora e
Coordenadora da EB Várzea de Sintra disse: "Sou professora há 26 anos e sempre dei muita importância às atividades ao ar livre...não só para brincar, mas para aprender. A Natureza dá-nos muitos conhecimentos, lança-nos muitos desafios, desperta-nos muita curiosidade que nos fazem crescer em todos os aspetos. As crianças quando realizam atividades/aprendizagens ao ar livre revelam mais alegria e entusiasmo, estreitam os laços de amizade com os colegas e com os adultos que as acompanham, sentem-se livres e desenvolvem um maior conhecimento de si próprios e do ambiente que os rodeia, tal como aumentam o seu respeito pela Natureza e o sentimento de proteção do nosso querido planeta. Como professora e coordenadora de escola partilho e encorajo outros professores e diretores para que realizem atividades ao ar livre para que todos possam beneficiar da infindável riqueza que a Natureza nos dá.”
Contudo, embora 80% dos professores questionados digam que as crianças da sua escola deviam ter mais tempo para brincar ao ar livre, 38,2% disseram que o tempo ao ar livre ocupa menos de 10% num dia normal de escola. A maioria das escolas têm espaço para as crianças brincarem ao ar livre, 26% em Portugal têm acesso a um local destinado a brincar, na parte exterior do edifício e 65% têm acesso a um jardim, campo ou espaço verde. Por isso, se a vontade e o espaço estão lá o que é que impede as escolas de estabelecerem essa prioridade?
Mónica Franco, uma das Fundadoras do Movimento Bloom afirmou: “Há um núcleo essencial da investigação que mostra que o tempo ao ar livre é benéfico para a saúde mental das crianças – e ouvimos isso dos professores vezes sem conta. A desculpa para ter as crianças dentro do edifício é muitas vezes o mau tempo mas nós defendemos que não há mau tempo, mas sim mau equipamento. As escolas que têm abrigos, botas, capas da chuva etc não deixam que o mau tempo afete o brincar lá fora e as crianças recolhem os benefícios. Seja o que for que impeça as escolas de terem as crianças ao ar livre, acreditamos que ter na política de escola um tempo a isso destinado é o primeiro passo para mudar a cultura de escola e levar as escolas a encontrar soluções para os obstáculos que enfrentam”.
Os diretores de escolas que queiram saber mais sobre os benefícios de mais e melhor tempo ao ar livre – ou que queiram celebrar os magníficos tempos livres que já proporcionam podem inscrever a sua escola no website para fazer parte do DIA DE AULAS AO AR LIVRE no próximo dia 23 de maio.
Os apoiantes de mais tempo ao ar livre devem registar-se para apoiar a campanha e receber ideias sobre como podem agir para que o tempo ao ar livre esteja presente para cada criança em cada dia.
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