“A OMS conseguiu entregar material que permitiu salvar vidas em muitas zonas afetadas mas algumas continuam a ser muito difíceis”, reconheceu o diretor da OMS Europa, Hans Kluge, numa conferência de imprensa a partir da cidade ucraniana de Lviv, na parte ocidental da Ucrânia, indicando que “a prioridade é, claramente, Mariupol”.
O exército russo mantém um cerco à cidade no sudeste da Ucrânia, que resiste há semanas à invasão.
Ambos os lados do conflito afirmam que a situação humanitária é catastrófica em Mariupol, deixada praticamente em ruínas pelos ataques russos.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje a Rússia de bloquear o acesso humanitário a Mariupol para alegadamente esconder milhares de vítimas civis feitas pelos ataques russos.
A OMS atualizou hoje em 91 o número de ataques contra o sistema de saúde ucraniano, contando-se hospitais, ambulâncias e pessoal, uma “clara violação clara do direito humanitário internacional”, sem atribuir diretamente a responsabilidade a ninguém por esses ataques, por “não ter mandato” para o fazer.
Hans Kluge admitiu “todos os cenários” possíveis no conflito, mesmo “ataques com armas químicas”, referindo que “não há garantia de que a guerra não vá piorar”.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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