De acordo com a Nature, António Guterres “abraçou o seu papel como consciência do mundo” com “declarações ousadas” sobre assuntos como a crise climática e a crise alimentar.
“Estamos na estrada para o inferno climático, com o pé ainda no acelerador”, disse o ex-primeiro-ministro português, no arranque da Cimeira das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas do Egito, que se realizou em novembro.
A publicação britânica salienta também o papel de Guterres como intermediário nas negociações “politicamente delicadas” que permitiram o transporte marítimo seguro de cereais a partir dos portos da Ucrânia, invadida pela Rússia em 24 de fevereiro.
António Guterres surge na oitava posição na lista da Nature.
No topo da lista, a revista colocou a astrónoma norte-americana Jane Rigby, que “teve um papel-chave na colocação do telescópio espacial James Webb no espaço, e no seu funcionamento correto, fornecendo novos recursos para o estudo do Universo”.
A lista inclui o investigador genético chinês Yunlong Cao (que caracterizou variantes emergentes do coronavírus SARS-CoV-2), o cientista climático Saleemul Huq (que forçou os países ricos a pagarem as perdas e os danos causados pelas alterações climáticas nos países mais pobres) e a cientista ucraniana do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas Svitlana Krakovska (que vinculou a invasão do seu país pela Rússia às alterações climáticas, chamando-a de “guerra dos combustíveis fósseis”).
A Nature elegeu, ainda, o cientista nigeriano Dimie Ogoina (pelo seu contributo para o combate ao surto mundial com o vírus ‘mpox’, anteriormente conhecido como ‘monkeypox’), a investigadora Lisa McCorkell (que sofre de covid-19 longa, condição que está a estudar), a demógrafa norte-americana Diana Greene Foster (que está a avaliar as consequências da proibição do aborto nos Estados Unidos) e o cirurgião paquistanês Muhammad Mohiuddin (que transplantou um coração de porco geneticamente modificado numa pessoa).
A lista completa-se com a académica norte-americana Alondra Nelson (que dirige o gabinete de política científica e tecnológica da Casa Branca e “deu passos largos” em torno da equidade, integridade e do acesso aberto).
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