Ressona habitualmente? Confesse lá! Acorda durante a noite com falta de ar? Tem a boca seca quando acorda? O seu companheiro diz-lhe que para de respirar recorrentemente ao dormir? Acorda cansado com a sensação de não ter dormido? A resposta é sim? Então é possível que sofra de apneia do sono, uma perturbação grave caracterizada por paragens respiratórias que se vão repetindo durante o sono e que privam, temporariamente, o cérebro de oxigénio.

Essa é, provavelmente, a razão do seu cansaço e/ou do seu mau-humor matinal. Na maioria dos pacientes, a causa deve-se a uma obstrução das vias respiratórias superiores e da garganta, na origem de uma apneia do tipo obstrutiva. Esta perturbação está relacionada com muitos outros problemas de saúde como a hipertensão, a obesidade, problemas cardiovasculares e até diabetes, como refere este artigo da plataforma de literacia de saúde Diabetes 365º.

De acordo com António Atalaia, neurologista, "embora existam diversos tratamentos para evitar o ressonar, o tratamento da apneia do sono é um problema sério e que não pode ser resolvido com sprays nem adesivos nasais", adverte o especialista. "Alguns doentes precisam de tratamento médico com ventilação não invasiva [administração de ar comprimido por meio de máscara nasal], cirurgia ou uma combinação destas terapêuticas", esclarece ainda.

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Para ultrapassar o problema, são muitas as dicas úteis que os especialistas apontam. Perca peso, deixe de fumar, durma de lado, evite bebidas alcoólicas, sedativos e/ou medicamentos para dormir, que relaxam os músculos e agravam, por isso, a tendência já existente durante o sono para a obstrução das vias aéreas. A apneia do sono denuncia-se pelo ressonar intenso e por paragens respiratórias que ocorrem durante o descanso noturno. Já a síndrome das pernas inquietas caracteriza-se pelo movimento involuntário das pernas. Ambas afetam a qualidade do sono.

E, tanto uma como outra, podem (e devem) ser tratadas. Quando se deita, à noite, sente um desejo incontrolável de mexer as pernas? Sente um alívio temporário desses sintomas se o fizer? A síndrome das pernas inquietas é uma perturbação que costuma ocorrer antes de adormecer e é mais comum em pessoas com mais de 50 anos. Caracteriza-se por um mal-estar nas pernas, por vezes descrito como formigueiro ou como peso, que se alivia com movimentos.

A marcha ou uma simples mudança de posição são, por vezes, o suficiente mas o problema volta após algum tempo de imobilidade. Estas queixas são caracteristicamente mais intensas no final do dia e durante o início da noite. Os movimentos podem persistir após o adormecer e causar a fragmentação do sono e/ou a perda da capacidade regeneradora desse período de descanso noturno. Esta síndrome está inserida no grupo das chamadas parassónias.

Estas perturbações geradas por atividades involuntárias durante o sono incluem o sonambulismo, os terrores noturnos e os pesadelos. Há medicação que as alivia, favorecendo o início do sono, uma vez que os sintomas se manifestam frequentemente ao adormecer. "Alguns casos podem melhorar com a administração de ferro, sendo a baixa tecidular deste elemento um fator desencadeante conhecido desta síndrome", refere ainda o neurologista  António Atalaia.

Texto: Ana Catarina Alberto com António Atalaia (neurologista)