A dúvida é comum a muitos portugueses mas Carmen Teixeira de Matos foi uma dos poucos com coragem para questionar diretamente os profissionais de saúde que criaram um grupo no Facebook para responder às perguntas que muitos ainda têm em relação ao SARS-Cov-2 e à COVID-19, a doença que o vírus causa. "É ou não aconselhável um casal ter relações sexuais? Apesar de estarmos de quarentena, ambos temos de sair para fazer compras e trabalhar", inquiriu.

Um pouco por todo o mundo, as opiniões dividem-se. "Se estão os dois a cumprir as normas da Direção-Geral da Saúde, se estão os dois em isolamento voluntário e se nenhum dos dois tem sintomatologia, podem [ter relações sexuais]", defende Joana Silva, enfermeira. "Será uma ajuda nestes tempos de ansiedade", acrescenta ainda. Catarina Lopes, médica, não tem, todavia, a mesma opinião. "Não, não é aconselhável", garante a especialista.

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"A COVID-19 transmite-se por contacto próximo com pessoas infetadas pelo vírus ou com superfícies e objetos contaminados. Esta doença transmite-se através de gotículas libertadas pelo nariz ou pela boca quando tossimos ou espirramos, que podem atingir diretamente a boca, o nariz e os olhos de quem estiver próximo. As gotículas podem depositar-se nos objetos ou nas superfícies que rodeiam a pessoa infetada. Por sua vez, outras pessoas podem infetar-se ao tocar nestes objetos ou nestas superfícies e, depois, tocar nos olhos, no nariz ou na boca com as mãos", responde Catarina Lopes, citando o site da Direção-Geral da Saúde.

"No contacto sexual, tenha atenção à proximidade pela transmissão de gotículas respiratórias", alerta também Renata Aguiar, reumatologista no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, uma das administradoras da página. "Beijar deve, obviamente, ser evitado, se houver suspeita de infeção de algum dos elementos. Dentro do mesmo agregado familiar, o cuidado deve sempre ser redobrado se houver suspeitas ou elementos vulneráveis", acrescenta ainda.

A partilha de brinquedos sexuais também é desaconselhada nesta fase. "As gotículas podem depositar-se nos objetos ou nas superfícies que rodeiam a pessoa infetada. Por sua vez, outras pessoas podem infetar-se ao tocar nestes objetos ou superfícies e, depois, tocar nos olhos, no nariz ou na boca com as mãos", adverte Renata Aguiar. "Aproveite este tempo para conversar sobre sexo e para elaborarem algumas fantasias", aconselha Andreia Figueiredo, psicóloga.