O presidente da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, Alok Sharma, comprometeu-se a levar as exigências aos delegados da cimeira, assumindo não saber se “estarão de acordo com todos”.
“Compreendo a tensão, a energia e até à raiva dos jovens. Vocês precisam de nós e nós precisamos de vocês, que me ajudem a argumentar junto dos delegados. Farei tudo para concretizar isto”, afirmou.
Alok Sharma argumentou que os líderes mundiais e as delegações que negoceiam compromissos mais ambiciosos de redução de emissões poluentes e financiamento climático na cimeira “falam de biliões, de transição energética, e tudo isso se traduz em tentar ter um impacto em vidas de pessoas individuais em todo o mundo”.
A ativista Ester Sanchez, do grupo Conferência da Juventude, associado à COP26, afirmou que entre as principais reivindicações dos jovens que subscreveram o documento estão o financiamento da adaptação às alterações climáticas e uma ideia de “justiça climática” para responder a uma “crise social alargada que exige ações radicais”.
“Não se esqueçam que as nossas vidas e futuros estão nas vossas mãos”, disse, acrescentando que a mensagem tem eco nas manifestações de jovens que hoje mesmo estão nas ruas da cidade-anfitriã da cimeira, Glasgow.
Na sua declaração/manifesto, exigem que a COP26 garanta que “a justiça climática está no centro das decisões tomadas e que o progresso decorra de forma transparente e inclusiva”.
Exigem ainda que os governos assumam compromissos “alinhados com orientações científicas”, pedem que finalmente haja um acordo para uma forma transparente de calcular o volume de emissões poluentes, que haja acordo sobre fundos de compensação para perdas e danos provocados em consequência das alterações climáticas.
“É crucial que a COP26 se envolva de forma significativa com a Declaração Global da Juventude”, sintetizam.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.
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